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Venda de imóveis cresce 40% no Grande ABC
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
10/05/2010 | 07:05
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O setor imobiliário segue em expansão. Somente neste ano, o segmento registra avanço de 40% na região, mesmo número alcançado na Capital. No entanto, a Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do ABC) afirma que em 2009, durante a crise financeira internacional que estagnou grande parte do setor, o Grande ABC foi menos atingido pela diminuição na procura de imóveis.

"O ano passado foi bom. Em relação a São Paulo, fomos melhor por conta de investimentos, da expectativa do Rodoanel e da infraestrutura do Grande ABC. Além disso, os valores são menores, então houve migração da Zona Sul para cá. O Grande ABC tinha áreas que São Paulo não tinha. Então, canalizamos todo o investimento", afirma o vice-presidente da Acigabc, Milton Casari.

Segundo o empresário, a migração da classe C como nova classe média também ajudou a recuperar depressa a estagnação do segmento do ano passado.

"O financiamento é encontrado à vontade e as taxas de juros caíram, principalmente para imóveis populares. O cliente que chega à região vem com outros olhos. Temos empresas, universidades e infraestrutura por preços muito melhores do que da Capital", diz.

MAIS CARO
Mas a evolução das vendas também traz desvantagens. Os imóveis estão, em média, 20% mais caros desde o segundo semestre.

Para conseguir absorver essa demanda, construtoras investem pesado no mercado regional e aceleram o número de lançamentos.

"Atualmente são 15 plantões de vendas e mais oito empreendimentos que sairão no segundo semestre. Estamos dependendo apenas das prefeituras para liberar projetos", aponta o diretor de vendas da construtora M.Bigucci, Robson Toneto, que completa que, estando em local de fácil acesso, a saída dos imóveis ocorre rápido, independentemente da cidade onde está o empreendimento. "Em relação ao ano passado, aumentamos em 15% as vendas."

Com os olhos dos consumidores voltados para a região, a maioria dos empreendimentos em construção já está quase que plenamente vendida. "Seguimos a tendência de vender quase tudo ainda durante a construção", diz Toneto.

Os empresários comemoram a demanda crescente também na procura por imóveis usados. "Todos os tipos de imóveis têm tido maior procura", completa Casari.

CAPITAL
Levantamento feito pelo Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo) mostra que as vendas de imóveis usados na Capital cresceram em fevereiro 39,97% na comparação com o mês anterior, enquanto o número de imóveis alugados no período também aumentou 19,08% no mês.s

 

Procura por locação também segue aquecida

Apesar do crescimento nas vendas, a procura por locação também segue em alta na região e na Capital. Em fevereiro, o Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo) apontou que a demanda de aluguel cresceu 19,08% em fevereiro.

O bom número pode não refletir o cenário real, segundo Roseli Hernandes, diretora de imobiliária. "Hoje em dia, não temos número preciso de quem busca aluguel, porque esse cliente bate em várias portas por não conseguir o imóvel que quer, em especial no Grande ABC", alerta.

O aumento na demanda é explicado pelas imobiliárias do Grande ABC pela retomada do mercado de trabalho e o crescimento da renda familiar, principalmente na região, que concentra muitas empresas.

"Aquele casal que mora na casa de parentes ou de favor também está procurando locação. Isso explica o crescimento tanto das vendas como do aluguel", argumenta Silvio Coelho, diretor comercial de imobiliária de São Caetano.

O aquecimento na procura torna mais difícil encontrar bom imóvel. Atualmente, a busca demora dois meses. "E se a pessoa for muito exigente, não for flexível de local e tamanho, pode demorar até três meses. Principalmente se ele escolher apartamentos de dois ou três dormitórios", afirma Roseli.

MAIS CARO
A locação também encareceu nos sete municípios. "Ficamos com preços cerca de 10% mais altos", comenta Coelho.

Roseli atesta que mesmo com a dificuldade no número de imóveis e preços mais altos, a demanda deve continuar aquecida até o fim do ano. "A tendência é seguir neste patamar e, talvez, crescer um pouco."


Construtora terá imóveis em feirão
A construtora MBigucci, de Santo André, estará no Feirão da Caixa oferecendo 1.500 imóveis, com oportunidades na região e na Grande São Paulo.

O evento, promovido pela Caixa Econômica Federal, ocorrerá de quinta a domingo no Pavilhão de Exposições Imigrantes (Rodovia dos Imigrantes, km 1,5, em São Paulo).

A empresa aposta na diversidade dos empreendimentos que levará. "Temos apartamentos dentro do programa Minha Casa, Minha Vida a partir de R$ 129.900 até os de alto-padrão de R$ 750 mil, alguns na planta e outros prontos para morar", afirma o diretor, Robson Toneto.

A construtora espera superar os ótimos resultados de 2009, quando realizou mais de 1.000 atendimentos. "O mercado está aquecido novamente. Com as baixas taxas de juros e as facilidades de crédito que os bancos e a Caixa estão oferecendo temos a certeza de que este Feirão será mais um sucesso", destacou.

No total, o Feirão da Caixa 2010 terá mais de 150 mil imóveis à venda, reunindo 122 construtoras, 101 imobiliárias, além de cartórios e entidades ligadas ao setor. 




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