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Funcionária de Santo André pede remédio por e-mail
Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
11/07/2009 | 07:11
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E-mail enviado por uma funcionária da Secretaria de Saúde de Santo André a prefeituras do Estado de São Paulo no final do mês passado expôs um problema grave na cidade: a suposta falta de medicamentos na rede pública. O governo andreense negou a ausência de remédios e informou que abrirá sindicância para apurar o caso.

Segundo mensagem eletrônica assinada por Adriana Coucolis, farmacêutica do Almoxarifado 02, e enviada na tarde do dia 25 de junho a pelo menos 30 municípios, a Prefeitura de Santo André estaria carecendo de dez medicamentos. Entre os quais, Adrenalina (utilizada para estimular o coração nos casos de parada cardíaca a fim de prevenir hemorragias e para dilatar pulmões quando ocorrem ataques de asma aguda) e Omeprazol (para distúrbios gastrointestinais).

A funcionária da Prefeitura pede urgência no envio de medicamentos. Ao final da mensagem, agradece a colaboração antecipadamente e salienta que "assim que dispusermos de estoque estaremos providenciando a devolução".

A solicitação foi encaminhada a uma lista com pouco mais de três dezenas de cidades, incluindo São Paulo, Guarulhos, Osasco, Campinas e as do Grande ABC, independentemente de o município ser governado por partidos adversários do PTB - do prefeito andreense Aidan Ravin - em níveis municipal e até estadual.

A Prefeitura de Suzano, por exemplo, confirmou o recebimento da mensagem e disse que não poderia ajudar Santo André em função da indisponibilidade de estoque. "Não seria possível desabastecer a rede para empréstimo".

A ação foi duramente criticada pela oposição (veja mais abaixo), segundo a qual "falta planejamento do governo".

Resposta - O Paço negou categoricamente a falta de medicamentos na rede. E informou que abrirá sindicância interna, uma vez que a funcionária "não estava autorizada" a fazer tal pedido.

O governo andreense tratou como "praxe" a prática de se pedir o empréstimo de medicamentos entre as secretarias de Saúde do Estado, especialmente "quando há atraso na entrega de remédios ou em licitações". No entanto, afirmou que os pedidos ocorrem "formalmente, e não informalmente por meio de e-mail".

O Diário não conseguiu contato com a funcionária.




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