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Gratidão de ex-aliado é trunfo de Damo para ser absolvido
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
17/05/2011 | 07:01
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Fora da vida pública - e sem pretensões de retomá-la - , o ex-prefeito de Mauá Leonel Damo (sem partido) ainda tem de responder por resquícios de seu segundo mandato à frente do Executivo (2005 a 2008). Reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado, as finanças de 2007 da Prefeitura tramitam na Câmara, mas não deverão se transformar em dor de cabeça ao ex-governante, 79 anos.

Mesmo distante, Damo possui a gratidão de quem caminhou junto a ele, dando base à sua administração no Legislativo. É o caso de Luiz Alfredo Simão (PSB), presidente da Comissão de Finanças da Casa, responsável por emitir parecer favorável às contas do ex-prefeito. A votação em plenário chegou a ser confirmada para hoje, mas acabou adiada por prazo indeterminado a pedido do socialista, que não conseguiu articular para conquistar quantidade de votos que garanta a absolvição de Damo.

"Estou trabalhando para derrubar o parecer do TCE. Se não tenho voto para aprovar, então não coloco para votação", explicitou o vereador, ignorando os apontamentos da corte.

O tribunal concluiu que em 2007 o governo Leonel Damo aplicou somente 24,08% da receita em Educação - o mínimo exigido pela Constituição é 25%. Além disso, utilizou apenas 63,18% da verba destinada ao Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).

"O TCE é órgão consultivo. Só sugere, não julga nada", opinou Simão. "Raramente emite parecer favorável às contas de governos. Só manda a bomba para a Câmara." 

DESPREOCUPADO

Caso a maioria do plenário acompanhe o parecer do TCE, Damo poderá ficar inelegível por cinco anos. Mas a situação não o preocupa, tendo em vista que já antecipou que não pretende mais se candidatar a cargo público eletivo.

"Não interfiro. Deixo a critério dos vereadores", disse, sobre a hipótese de articular sua absolvição junto aos parlamentares. Damo deixou no ar, contudo, as chances de haver irregularidades nas finanças. "Não fiz nada de errado. Se fiz, foi inconscientemente."

O ex-prefeito admitiu que a tranquilidade é em virtude de não mais aspirar candidatura. "A aprovação das contas seria importante se eu fosse candidato, mas não serei. Vou ajudar a minha filha", reforçou, sobre a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), cotada para concorrer ao Paço em 2012.




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