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Farmacêuticos da EMS decidem se aceitam oferta de 9%
Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
02/12/2004 | 10:33
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Os cerca de 480 trabalhadores da indústria farmacêutica EMS, de São Bernardo, decidem nesta quinta-feira em assembléia se aceitam ou não a proposta da empresa de aumento salarial de 9% - 8% retroativo a novembro e 1% a ser aplicado em março. O valor do reajuste foi confirmado nesta quarta, em reunião do Sindicato dos Químicos do ABC com a direção da empresa. P> Nesta quinta também acontecem assembléias na UCI Farma e Laboratórios Klinger, ambas de São Bernardo, que possuem 80 trabalhadores cada uma. Na Klinger, também será entregue um aviso de greve, o que já foi feito na UCI. Existem cerca de 3 mil trabalhadores da indústria farmacêutica no Grande ABC.

"Estamos intensificando o processo de mobilização, e conseguindo resultados razoáveis com tudo isso. Queremos negociar diretamente enquanto não acontece uma definição oficial sobre o reajuste da categoria", afirmou Wanderley Salatiel, diretor do Sindicato dos Químicos do ABC, ligado à CUT (Central Única dos Trabalhadores).

A mobilização dos químicos acontece durante a negociação trabalhista entre a CNQ (Confederação Nacional dos Químicos) e o Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo), que ofereceu o reajuste de 5,72%, proposta rejeitada pelos trabalhadores.

Segundo a CNQ e o Sindicato dos Químicos do ABC, a tendência é que a negociação siga para a Justiça do Trabalho. O vice-presidente do Sindusfarma, Lauro Moretto, no entanto, afasta a possibilidade e acredita ser possível chegar a um acordo ainda nesta semana. "Nós ainda estamos em franca negociação, e muito próximos de um acordo. Só iremos para a Justiça se houver indisposição em resolver essa questão, o que não é o caso. Queremos chegar a um consenso", afirmou. Ainda não há nova reunião agendada.

Além do reajuste básico, referente à inflação de 12 meses, o Sindusfarma propôs abonos de R$ 300 a R$ 800, escalonados por faixas salariais, até o limite de R$ 4.500. O sindicato patronal também ofereceu a redução da jornada de 44 horas semanais para 42 horas, que foi aceita pelos sindicalistas.

Data-base - O Sindusfarma saiu da negociação coletiva que reunia 14 sindicatos patronais - o Ceag-10 - e resultou em aumento salarial de 8%. A razão alegada foi a intenção de mudar a data-base da categoria de novembro para abril. Os sindicalistas alegam que a entidade patronal não concordou com o índice de reajuste a ser aplicado.

"A data-base foi a única razão para sairmos da negociação com o Ceag-10, pois não discordamos de sua abordagem nas negociações. Essa saída foi necessária, pois atualmente o reajuste no valor de medicamentos é realizado em março, e a negociação forçosamente tem de acontecer em abril", afirmou Moretto, do Sindusfarma.

Para o sindicalista Salatiel, a saída do Sindusfarma do Ceag-10 teve um impacto negativo junto aos trabalhadores. "Isso gerou muita revolta, e de certa forma até auxiliou a mobilização, pois parte da categoria já conseguiu o seu reajuste, enquanto os trabalhadores da indústria farmacêutica não têm uma perspectiva de reajuste tão cedo", afirmou.




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