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Prefeitura vai tirar banhistas da Prainha
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
22/05/2011 | 07:00
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A Prefeitura de São Bernardo quer acabar com a presença de banhistas na região da Prainha, Riacho Grande. O acesso às águas da Billings será dificultado a partir do início das obras na área, prevista para começar até agosto. As afirmações são do secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Jefferson da Conceição. "A intenção da Prefeitura é desestimular a frequência na região por ser uma área perigosa para o banho", argumentou.

O projeto da Prefeitura destinado à revitalização da Prainha deve sair do papel em até três meses. Por isso, os turistas devem procurar outro lugar de refresco no próximo verão.

Ontem mais uma pessoa morreu afogada às margens da Prainha. "A área é problemática, mas é proibido fechar. Nosso projeto não estimula o uso da água para banho. Todos poderão tomar banho de sol. Nós queremos mudar a realidade do local", afirmou Conceição.

A construção de decks na orla deverá transformar a rotina dos turistas que frequentam a região. "Queremos estimular a apreciação da Represa. As pessoas podem curtir a Prainha sem entrar na água. Se têm banhistas morrendo, não quer dizer que a Prefeitura é culpada. O uso é indevido." Além disso, o projeto prevê a construção banheiros públicos, nova iluminação e instalação de chuveiros.

Comerciantes

Em relação aos comerciantes, situados em 24 traillers, Jefferson assegura que o programa de requalificação da área abrange os trabalhadores. "Há um problema de irregularidade documental do uso da área pública que está sendo tratado em reuniões com os próprios comerciantes. O comércio está quase dentro d'água. Queremos acabar com isso", ressaltou o secretário.

O projeto prevê a remoção dos traillers da areia para rua central próxima à Prainha. A via não foi especificada pelo secretário por conta do andamento das negociações.

O custo total das obras será de R$ 7 milhões. O recurso foi conseguido por meio de convênio com o Ministério do Turismo assinado em dezembro de 2009. A previsão é que a intervenção seja concluída no primeiro trimestre de 2012.

Jovem morre na represa e bombeiros cogitam embriaguez

Ontem pela manhã mais um banhista morreu às margens da Prainha, na região do Riacho Grande, em São Bernardo. Desta vez a vítima - a terceira somente no mês de maio - foi Éverton Marques de Lima, 21 anos. O corpo foi achado por mergulhadores do Corpo de Bombeiros às 13h.

O jovem desapareceu por volta de 9h30, quando entrou na água na companhia de um amigo, que não quis se identificar. Ele relatou que Éverton queria urinar e que perdeu o colega de vista meia hora depois. "Quando saí achei que o encontraria aqui fora. Ele estava com a água na cintura, mas tem muitos buracos", contou.

Testemunhas contaram que o grupo de quatro amigos, moradores do bairro da Mooca, na Capital, chegou ao Riacho Grande por volta de 3h. Comerciantes relataram que viram Éverton com uma garrafa de uísque nas mãos. "Ele bebeu só um copo de cerveja", rebateu o colega, que alegou ter chegado às 8h. O grupo ainda consumiu cervejas e peixes em uma das barraquinhas.

No momento do desaparecimento, dois salva-vidas da Prefeitura estavam na Prainha, além de guardas-civis. A suspeita é de que a vítima tenha sofrido de mal súbito ou hipotermia. "Ele deve ter apagado e afundou. Não houve sinalização de afogamento", disse Dárcio Fialho, um dos guardas.

Fiscalização

Para reforçar a segurança dos banhistas, há pelo menos dez anos os comerciantes do local pagam seis salva-vidas para atuar em fins de semana. O valor para o dia de trabalho é R$ 80, bancados pela Associação dos Pequenos Comerciantes da Prainha.

Ontem, dois deles estavam na região na hora do desaparecimento de Éverton. Questionados, ambos negaram o recebimento de dinheiro para reforçar a segurança. Um deles se limitou a dizer que presta auxílio aos banhistas quando há necessidade.

O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Jefferson da Conceição, afirmou que a fiscalização é assunto tratado pela Secretaria de Segurança Urbana.




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