O Bar do Balbino, no morro do Macuco, em Mauá, ficou com o salão lotado de pessoas no fim de semana. Nenhum era consumidor e nem os freqüentadores mais assíduos do barzinho conseguiram entrar. Espalhados pelo chão, dormindo em colchões doados, mais de 20 pessoas que tiveram as casas interditadas pela Defesa Civil aceitaram o acolhimento da proprietária, dona Neide Menezes da Silva, 53 anos.

A rotina de Neide foi puxada: sábado e domingo foi dia de correr atrás de doações para os familiares. Três cestas básicas e algumas roupas foram conseguidas. Ela preparou almoço e jantar para todos. Limpou o chão do bar e por inúmeras vezes encheu duas térmicas com café fresquinho. Mas, no fim da tarde de ontem, percebeu que o gás de cozinha já estava nas últimas. "Não trabalhei na semana. Fui à Prefeitura pedir ajuda, mas até agora ninguém apareceu." O endereço para doações é Rua Lourival Portal Pinto, Jardim Zaíra 6.

Enquanto o poder municipal não cede abrigo, as famílias desalojadas contam com a boa vontade de vizinhos como dona Neide. "Um rapaz que dormiu aqui esperando o caminhão da Prefeitura para levar os móveis. Como não veio, ele pagou um frete de R$ 50." Ao todo 26 residências foram interditadas após deslizamento de terra que matou mãe e filho na terça-feira. Quatro imóveis já foram demolidos e os trabalhos devem continuar hoje