Quase todo mundo faz, afinal, a fórmula é ‘batida' e eficaz em vendas. Escolhe-se determinado modelo e o transforma em algo levemente ‘off-road' adotando apliques plásticos, elevando a suspensão e ‘calçando' pneus de uso misto. Um dos mais recentes adeptos da moda ‘pseudolama' é o mais vendido do País.

Série limitada nas duas gerações anteriores, o Gol Rallye agora é versão ilimitada. Equipado com o motor 1.6 Total Flex de até 104 cv de potência a 5.250 rpm e torque de 15,6 mkgf a 2.500 rpm (etanol), o aventureiro parte de R$ 40,7 mil na configuração manual e R$ 43.360 na opção automatizada I-Motion - avaliada pelo Diário.

O apelo fora de estrada é o principal diferencial. A dianteira tem ampla grade preta com detalhes em cinza, na qual se destacam os grandes faróis de neblina, e as caixas de rodas trazem apliques relativamente discretos. Adesivo preto no rodapé das portas tem a inscrição Rallye.

Internamente, o acabamento é diferenciado em relação aos demais Gols, mas é idêntico aos outros aventureiros da marca. Destaque para a grande quantidade de peças plásticas - de boa qualidade e encaixes precisos -, detalhes cromados nas saídas de ar, no volante multifuncional e na manopla do câmbio. Além do revestimento dos bancos com tecido agradável ao toque.

Com ajustes de altura e profundidade do volante - itens de série assim como a direção hidráulica, vidros e travas elétricas -, encontrar a melhor posição ao dirigir é tarefa rápida. O volante multifuncional tem boa empunhadura e traz os comandos do computador de bordo e do sistema de som. Atrás, aletas garantem mudanças de marchas manuais - que podem ser efetuadas com toques na própria alavanca.

O ponto negativo fica por conta do recheio. O Rallye vem com sensor de estacionamento de série, mas não oferece ar-condicionado. Para ter este luxo, o proprietário precisa desembolsar R$ 2.655. E se quiser air bag duplo e freios com ABS deve assinar outro cheque de R$ 2.250 - encarecendo o preço final em R$ 4.905.

Muito asfalto e pouca terra - No asfalto, a opção aventureira vai bem. Mesmo com a suspensão um pouco mais alta, o Rallye tem condução agradável. Em curvas acentuadas e em velocidades pouco mais altas, a carroceria inclina levemente, sem, no entanto, transmitir insegurança. Ponto negativo para o ruído dos pneus de uso misto no asfalto, devido a suas ranhuras maiores.

Na estrada de terra batida - nada de trilhas radicais, afinal, o Gol Rallye não foi feito para isso - o ajuste da suspensão (2,8 cm mais alta) agrada, absorvendo as imperfeições.

A transmissão automatizada I-Motion definitivamente é a melhor robotizada do mercado. Além de conversar muito bem com o motor 1.6 - que entrega excelentes acelerações e retomadas -, tem engates justos e sem grandes solavancos.

No fim das contas... - O Gol Rallye é mais um desses carros que gostam de se vestir de aventureiros para brincar na poeira. Para quem admira o visual off-road, é uma opção sem atrativo extra. Para quem quer custo-benefício, talvez não seja a melhor opção.