O adiamento do leilão do TAV (Trem de Alta Velocidade) não trará prejuízos ao cronograma da obra, segundo avaliação de alguns especialistas. A conclusão do trem-bala para a Olimpíada de 2016 era justamente uma das preocupações do governo, que acabou cedendo às pressões dos grupos interessados e adiou o leilão em quatro meses. O novo cronograma prevê a entrega das propostas para 11 de abril e o leilão em 29 de abril.
A Copa do Mundo, por sua vez, não deverá contar com o novo transporte, conforme já havia antecipado o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.
Alguns especialistas defendem que o start para o projeto já está no limite, uma vez que o prazo de implementação previsto no edital da concorrência é de seis anos. Há quem acredite, no entanto, que o adiamento não trará prejuízo para conclusão do TAV
Para o consultor da área de transportes, José Augusto Valente, o adiamento não deve ser visto como problema. "Tudo depende de dinheiro e quem tem dita o ritmo." O consultor conta que trabalhou no consórcio responsável pela construção da Ponte Rio-Niterói, projeto que não se esperava que fosse construído no tempo que foi.
Ele avalia, porém, que o processo não precisaria ter sido adiado. Concorda, no entanto, que os riscos do projeto são grandes e explica que o traçado final do trem dependerá da tecnologia vencedora da licitação.
Valente comenta que a tecnologia conhecida como levitação magnética pode suportar elevação de até 10 graus na Serra das Araras, por exemplo, ante 3,5% da tecnologias da roda sobre trilho, o que implica em extensões maiores de túneis. "É realmente um projeto bastante complexo."
Para o advogado Robertson Emerenciano, que assessora um dos grupos interessados no processo e que defendia o adiamento do leilão, a decisão do governo permitirá a confirmação de novos players na concorrência, uma vez que as empresas interessadas terão mais tempo para analisar melhor o projeto e montar uma proposta mais eficiente.
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