Jair Picerni pode escrever hoje mais um triste capítulo na intensa história que mantém com o Santo André. Assim como em 1994, quando não conseguiu impedir o rebaixamento da equipe para a Segunda Divisão do Campeonato Paulista, desta vez o treinador está prestes a fracassar na disputa da Série B. Uma derrota para o Sport, hoje, em Recife, significa o rebaixamento para a Terceira Divisão.
As lembranças de 1994 ainda latejam na cabeça do treinador. A derrota por 1 a 0 para o Palmeiras - gol de Evair -, na penúltima rodada da competição, decretou matematicamente a queda do Ramalhão e, como consequência, deu o título aos palmeirenses. As coincidências com o atual momento são muitas. A principal delas é que naquela temporada o técnico também pegou o time no meio da competição e não conseguiu reagir. Comparando as ocasiões, Picerni é categórico ao afirmar que a iminente queda de hoje é mais dolorida.
"Quando fui convidado para assumir o Santo André tinha outra expectativa. Mesmo faltando dez jogos, sempre achei que dava porque sou otimista por natureza. Agora, diante da possibilidade de cair, estou me sentindo mal, envergonhado", relata. "Com certeza é o pior momento que vivi no futebol", completa o treinador, que soma quase 30 anos de carreira na função.
Picerni, no entanto, é rápido ao lembrar dos bons momentos que viveu no clube. Foi ele quem conduziu o Ramalhão ao décimo lugar no Brasileiro de 1984. "Passei momentos maravilhosos aqui. Disputamos a elite nacional e fizemos grande campanha. Meu desempenho no Santo André fez com que eu fosse convidado a assumir a Seleção Brasileira na Olimpíada de 1984, quando conquistamos a medalha de prata. Isso não será apagado nunca", garante.
O técnico entende que a falta de tempo foi a principal dificuldade enfrentada no clube. "No futebol, 80% você arruma treinando. Só 20% dão para consertar na base da conversa. E, infelizmente, não tivemos esse tempo para treinar. A tabela foi ingrata, chegamos a jogar quatro vezes em dez dias. Senti o time melhorar nas últimas partidas, mas não foi o suficiente", lamenta.
Geninho se irrita com má fase de Ciro e deixa clima pesado
Apesar de figurar na parte de cima da tabela, o clima no Sport não é dos melhores. Sem vencer há dois jogos, o técnico Geninho vive momento desconfortável e foi ríspido ao avaliar a atuação do atacante Ciro, xodó da torcida, no empate por 1 a 1 com o Vila Nova-GO, na terça-feira.
O centroavante não marca desde o dia 19, pela 30ª rodada, quando o Leão fez 3 a 1 no Duque de Caxias. “O Ciro corre, luta, se dedica, mas não está produzindo”, critica o técnico que, mesmo assim, deve mantê-lo entre os titulares, principalmente por não ter muitas opções. “Eliandro e Adriano vieram com a perspectiva de dar mais força ofensiva, mas o Eliandro ainda não se encontrou e o Adriano precisa de mais tempo, pois estava sem jogar”, completa.
Ocupando a sexta colocação com 55 pontos, a equipe está três atrás do América-MG, primeiro no G-4 (grupo de acesso). A vitória contra o Santo André, hoje, é fundamental para continuar na briga pela elite. Para a partida, Geninho não poderá contar com o zagueiro Tobi e o volante Zé Antônio, suspensos pelo terceiro cartão amarelo. Com isso, Igor deve reassumir a condição de titular na defesa ao lado de André Leone.
Em contrapartida, o treinador pode comemorar os retornos dos volantes Daniel Paulista e Germano, que cumpriram suspensão na última rodada.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.