Economia Titulo Automotivo
Montadoras fazem 3 milhões de carros até outubro

Volume reflete fortes vendas no País e reação nas
exportações; já a venda de zero-quilômetro caiu 1,3%

Por Leone Farias
do Diário do Grande ABC
09/11/2010 | 07:30
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A indústria automobilística brasileira acelerou a produção em outubro e chegou a 3,04 milhões de unidades fabricadas nos dez meses iniciais de 2010, marca recorde para o período, de acordo com dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

O volume produzido no mês foi 5,5% maior que em setembro. No acumulado do ano, o setor contabiliza expansão de 15,3% frente ao mesmo período de 2009, o que reflete o bom desempenho no mercado interno e também a recuperação das exportações.

No País, as vendas de carros zero-quilômetro caíram levemente (1,3%) frente a setembro, mas o que importa, na avaliação do presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, é a comparação pela média diária. E, pelo fato de outubro ter tido um dia útil a menos, o segmento registrou ampliação de 3,7% no volume vendido, por esse critério.

Entre as razões para a boa performance no mercado doméstico, segundo Belini, estão o aumento do volume de crédito - que chegou a R$ 176 bilhões em setembro, 15,5% mais que no mesmo mês de 2009 -, os juros em queda para o financiamento de veículos (estão em 18,7% ao ano, menos do que os 18,9% de 2009) e a redução da inadimplência (chegou a 3,1% no setor).

EXPORTAÇÕES

Apesar do real valorizado frente ao dólar, as vendas ao Exterior no mês passado (78 mil veículos) foram as maiores desde outubro de 2007. E nos primeiros dez meses de 2010, as encomendas (649,3 mil unidades) superam o exportado em todo o ano de 2009 (475,3 mil).

Belini relativiza a importância do resultado mensal, alegando que em um mês pode haver acúmulo de embarques e acrescenta que tem crescido o volume de CKDs (em inglês, carros desmontados) negociados, que em alguns casos, são reimportados.

Para o dirigente, as exportações seguem em ritmo mais lento que as importações, o que faz o setor acender sinal de alerta. As vendas ao mercado internacional correspondem hoje a 17,5% da produção total, bem menos dos que os 30,7% observados em 2005, enquanto as aquisições de veículos de outros países, que representavam apenas 5,1% do mercado interno, subiram para 19,5% neste ano.

EMPREGOS

O nível do emprego nas montadoras no Brasil voltou a ser recorde em outubro. O setor abriu 1.227 vagas no mês, passando a totalizar 135.253 postos de trabalho. Esse número só fica atrás das 136 mil que havia no segmento em janeiro de 1991.

Belini lembra, no entanto, que os tempos são outros. Isso porque até a década de 1990, diversas atividades, que hoje são terceirizadas, eram realizadas pelas próprias fabricantes, como manutenção, logística e produção de bancos, por exemplo.

O executivo avalia que o cenário é favorável para as contratações, por causa do mercado interno aquecido. Entretanto, salienta que é preciso atenção com o crescimento forte das importações e o ritmo mais moderado das vendas ao Exterior.

ESTÍMULO

Para ele, seria importante que o governo federal criasse medidas de estímulo às exportações, para aumentar a competitividade do produto brasileiro em outros países e, com isso, melhorar a balança comercial da atividade.

Incluindo o segmento de autopeças, a cadeia automotiva nacional acumula déficit comercial de US$ 4,5 bilhões no ano até setembro, como consequência de importações que somam US$ 18,8 bilhões e encomendas ao mercado internacional que totalizam US$ 14,3 bilhões.




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