Trabalhadores reclamam de licitação aberta pelo Executivo
Empregadores e funcionários da Ceasa (Central de Abastecimento do Grande ABC) iniciaram na noite de ontem protesto que bloqueou as duas entradas e saídas da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). Os manifestantes são contrários à abertura de licitação feita pela autarquia no sábado para renegociação dos boxes do local. Eles prometem 24 horas de paralisação caso não sejam procurados por representantes do Executivo.
A Ceasa, localizado dentro da Craisa, comercializa hortifrutigranjeiros no atacado. Atende toda a região, além da Baixada Santista e Zona Leste da Capital, movimentando cerca de 600 caminhões por dia e 9.000 toneladas de alimentos. Seu horário de funcionamento é da 0h às 12h. A previsão feita pela entidade é de que 80% do abastecimento no Grande ABC fique prejudicado com a paralisação.
Segundo o presidente do AECeasa (Associação das Empresas da Ceasa do Grande ABC), João Batista Lima, nenhum proprietário atual dos espaços foi procurado pela Prefeitura para discutir a situação. Junto da Associação dos Carregadores, a entidade alega que os contratos estão vencidos desde 1991.
"A gente dormiu e acordou sem saber o que seria do nosso futuro", disse. "Essa licitação é carta marcada, um jogo de interesses", disse o permissionário.
A AECeasa justifica que jamais foi procurada para discutir o contrato e espera por mudanças na legislação federal, ainda a serem votadas pelo Congresso, para regularizarem o termo de uso remunerado do espaço.
"São mais de 100 empresas aqui, 6.000 empregos diretos e 11 mil indiretos, que não podem ser dispensados de uma hora para a outra desse jeito", completou.
A manifestação começou por volta das 20h e inicialmente duas faixas da Avenida dos Estados no bairro Santa Terezinha foram tomadas pelos caminhões. Cerca de 30 viaturas da Polícia Militar foram deslocadas até o local e, após negociação, concentraram os veículos em apenas uma faixa. Os trabalhadores prometem voltar a se manifestar na tarde de hoje em frente ao Paço.
Através de nota oficial, a Prefeitura informou que o edital de licitação dos boxes foi "elaborado de maneira transparente, sem influências externas para não direcionar o processo."
Uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) foi aberta na Câmara para apurar denúncias de irregularidades no local.
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