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Carne mais barata
garante churrasco

Cortes tiveram redução de até 15% em relação ao final do ano;
segundo engenheiro da Craisa, alta até setembro é justificável

Yara Ferraz
Especial para o Diário
13/04/2013 | 07:09
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A carne de panela e as do churrasco do fim de semana estão mais baratas para o consumidor desde o início do ano. Há açougues em que os cortes custam até 15% menos do que no fim do ano passado. Segundo a Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), o coxão mole e o acém estão 7,7% e 3,5%, respectivamente, mais baratos em março na comparação com janeiro. Em relação a outubro, quando os produtos tiveram a maior alta de 2012, a diferença é maior, com queda no corte de primeira de 10,8% e de 10,5% no de segunda.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezza De Benedetto, a alta até setembro é justificável. "Os preços da carne sempre sobem neste período, que é chamado de entressafra, onde há menos chuvas e o gado precisa ser alimentado com ração, o que sai mais caro para o produtor", explica.

Benedetto lembra que o período em que os cortes estiveram mais caros foi entre os anos 2008 e 2011, onde houve grande procura e, assim, a produção teve que ser aumentada. "Só que ela não é feita de modo rápido. Os bezerros demoram, em média, 18 meses para serem abatidos. Essa ação resulta no preço de hoje, que já está estabilizado."

De acordo com levantamento realizado pela equipe do Diário, nos supermercados da região, os corte estão com preços mais acessíveis. O quilo do acém varia de R$ 9,79 a R$ 11,99, o do coxão mole vai de R$ 15,99 a R$ 17,09 e da picanha de R$ 18,99 a R$ 47,29. A reportagem consultou oito açougues e cinco deles afirmaram que o preço das carnes baixou em até 10%. Os outros três estabelecimentos não perceberam alterações significativas no valor das mercadorias.

Marcos Ferreira, proprietário de um açougue na Vila Pires, em Santo André, diz que a diferença no preço em relação ao ano passado chega a até 15%. "A tendência é ainda baixar mais, por estarmos com mais oferta de carnes no mercado", afirmou.

DE OLHO NO CHURRASCO - Ferreira investe em produtos para agradar os churrasqueiros de plantão. O estabelecimento vende embalagens com oito espetinhos (em média 1 quilo) de carnes variadas, como picanha, alcatra e linguiça, além de diferenciais como espetinhos de costela de porco com molho barbecue, queijo e salsicha em conserva. Os preços variam de acordo com o corte escolhido. A picanha, um dos mais procurados, tem o pacote por R$ 18,90, já o de alcatra sai por R$ 11,90.

O proprietário de um açougue no Jardim Bom Pastor, em Santo André, Célio Sales, considera que os valores caíram, porém ainda não estão dentro do esperado. "As carnes tiveram queda, porém ainda não foi o valor esperado, mas o consumidor já consegue sentir essa alteração."

As principais churrascarias da região não sentiram diferença no custo da carne, o que é justificado pela baixa de preços ser principalmente em cortes que não são utilizados nos estabelecimentos. De acordo com Silvano Araujo Souto, proprietário de uma unidade de uma rede de espetinhos em São Caetano, que também oferece almoço no local, há dificuldade de repassar o valor das carnes que baixaram ao consumidor. "Apesar desse desconto, o tomate e a batata aumentaram bastante e, por isso, o valor do almoço não foi alterado." O churrasco do fim de semana ainda tem que ser sem vinagrete, já que cebola e tomate ainda estão com preços salgados.

 




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