A meta do técnico Dunga paraos amistosos era evitar possíveis contusões. Até por isso, preferiu adversários inexpressivos, o que diminuiria a competitividade. Mas ontem dois sustos fizeram cair a tese do comandante.
O zagueiro Juan nem entrou em campo. Apesar de treinar como titular, foi poupado por conta de dores musculares e substituído por Thiago Alves. Júlio César se machucou ao cair de forma estranha, bateu as costas no chão, mas não tem nada de grave. Ele foi substituído por Gomes ainda no primeiro tempo.
O médico da Seleção, José Luiz Runco, economizou nas palavras, mas tranquilizou os torcedores. "O Júlio (César) travou as costas na primeira vez que foi exigido, mas não foi nada grave", explicou, referindo-se ao lance do goleiro com Benjani, atacante do Zimbábue. "O Juan não tem problemas físicos, foi poupado para descansar, já que sentiu bastante após o fim da temporada europeia", analisou.
Dificuldade não é surpresa para jogadores
Consenso na Seleção após a vitória por 3 a 0 sobre o Zimbábue: o resultado deu confiança, mas evidenciou falhas que precisam ser corrigidas até a estréia na Copa. O meia Elano, por exemplo, credenciou os sustos ao nível que a equipe se encontra. "Impossível exigir que a Seleção jogue como se fosse uma decisão. Estamos no começo da preparação, o time ainda precisa de alguns ajustes e vai crescer muito", acredita.
Quem estava radiante era Michel Bastos, autor do primeiro gol. "Foi emocionante marcar pela primeira vez com a camisa da Seleção. Sei que há muita desconfiança no meu futebol, mas vou provar que mereço estar aqui", garante.
Luís Fabiano reaqueceu a polêmica sobre a Jabulani, a bola da Copa. "É começo de preparação, o pé está pesado, mas acho que tive boa movimentação apesar da péssima qualidade da bola", analisou o atacante que mudou a opinião quando questionado se a bola teria ajudado Michel Bastos no gol - o chute atingiu a velocidade de 130 km/h. "A bola costuma jogar contra, mas neste caso ajudou", brincou.
Imprensa internacional critica atuação brasileira
O primeiro amistoso do Brasil no continente africano foi cercado de expectativa em todo o mundo. A vitória por 3 a 0 sobre o Zimbábue, no entanto, não agradou a imprensa internacional que chegou a se decepcionar com a produção do time do técnico Dunga.
"Brasil: gols e uma imagem pobre", foi a manchete do jornal espanhol AS, um dos mais importantes da Europa que estranhou a baixa produtividade de "uma das seleções favoritas para ganhar o Mundial". Já o espanhol Marca preferiu criticar o meia Kaká e o atacante Luís Fabiano, que jogam no pais, pelas atuações "muito discretas".
Um dos veículos mais críticos em relação ao amistoso foi o RTP, de Portugal - pais rival do Brasil na primeira fase da Copa do Mundo. Segundo o jornal, o futebol apresentado pelo Brasil diante do Zimbábue foi "pobre e pouco brilhante".
Enquanto isso, o argentino Olé, que sempre usa a sátira quando o assunto é Seleção Brasileira, desta vez foi até amistoso. "Não é parâmetro a goleada do Brasil sobre Zimbábue, mas o escrete fez o que devia, mais uma vez". Em outro techo o jornal destacou os U$1,8 milhão (R$ 3,298 mi) que a CBF recebeu pela realização da partida.
DE VOLTA A ÁFRICA - Poucas horas depois de derrotar o Zimbábue, a Seleção Brasileira já estava na concentração, em Joanesburgo. O voo de Harare, capital de Zimbábue e local do amistoso, até o país da Copa do Mundo foi rápido, sem problemas e bastante animado com música eletrônica e funk.
Hoje, o Brasil fará um treino aberto aos torcedores sul-africanos no Estádio Dobsonville, em Soweto, distrito de Joanesburgo marcado pela luta contra o Apartheid. A atividade é o início da preparação para o amistoso contra a Tânzania, na segunda-feira.
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