Desde o pedido de retorno ao PT de São Caetano, em fevereiro, o ex-vereador Hamilton Lacerda ainda não apareceu publicamente. Longe também da mídia, por não conceder entrevistas, o petista pode dar as caras na segunda-feira, na cerimônia que concederá ao deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), título de cidadão são-caetanense.

A presença de Hamilton Lacerda é aguardada por ser ele o autor do projeto que homenageia Vicentinho - peça elaborada em 2001, quando ocupava cadeira no Legislativo da cidade (saiu em 2004, para se candidatar a prefeito). O presidente do PT de São Caetano, vereador Edgar Nóbrega, define como "provável" comparecimento de Hamilton.

Caso não apareça, a desculpa não poderá ser por falta de convite, já que o próprio homenageado fez questão de convidá-lo para a festividade, que ocorrerá na sede do Sindicato dos Trabalhadores de São Caetano, no bairro Fundação.

"Tenho um grande respeito por Hamilton. Gostaria que ele fosse, afinal, ele é o autor do projeto, o grande responsável por isso", afirma o deputado federal, ao agradecer Edgar Nóbrega por ter conseguido finalmente concretizar a cerimônia de entrega. "Sei que Hamilton apresentou essa proposta na época por ser grato a minha luta pelos trabalhadores."

Vicentinho observa que, quando presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernado e Diadema, em 1992, conquistou acordo inédito com os governos federal e estadual que ajudou a recuperar a GM (General Motors) e as demais indústrias automobilísticas da região, evitando demissões e tirando-as da crise.

Se Hamilton realmente comparecer, o problema será decidir quem entregará o título. "Não importa se for eu ou Hamilton. O importante é o título estar nas mãos da pessoa certa", afirma Edgar Nóbrega.

ALOPRADO - Hamilton Lacerda deixou o PT em 2006, após seu suposto envolvimento na venda de dossiê contra a campanha tucana ao governo paulista. Na época, o pestista era coordenador da candidatura de Aloizio Mercadante (PT-SP), derrotado por José Serra (PSDB).

Após o ocorrido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apelidou os envolvidos no esquema como "aloprados".