As vendas das indústrias brasileiras de material de construção dispararam em março. Na comparação com mesmo mês de 2009, o faturamento do setor foi 25,87% maior, de acordo com dados da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção).

Levando-se em conta que, no primeiro trimestre do ano passado, a crise financeira internacional estava no auge, os números mostram processo de retomada no crescimento da atividade. No acumulado dos três primeiros meses deste ano, as fabricantes registraram alta de 19,9% frente a igual período de 2009.

O presidente da Abramat, Melvyn Fox, cita que, no início de 2009, o setor foi duramente atingido. "O varejo e as construtoras estavam muito estocadas, em função da demanda elevada", afirma. A projeção da Abramat para o ano todo é que as empresas do setor alcancem desempenho 15% melhor. Fox afirma que, o grande volume de recursos para financiamento habitacional, a melhora no acesso a crédito e o início do programa Minha Casa, Minha Vida colaboram para o impulso nos resultados. Ele acrescenta que a extensão do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido (a medida agora vale até o fim do ano) também vai ajudar as fabricantes.

O dirigente assinala ainda que o volume de trabalhadores contratados pela indústria (que gera 620 mil empregos no País) também melhorou: subiu 9,07% em março comparado ao mesmo mês de 2009.

Dentre as indústrias do setor, as de materiais básicos lideraram o crescimento. Enquanto estas tiveram resultados 24,53% melhores, a indústria de acabamento teve alta 19,03% em março frente ao mesmo mês do ano passado. Isso refletiria o início do Minha Casa, Minha Vida - já que itens como tintas e revestimentos são mais demandados no fim das obras.

Apesar disso, a unidade de tintas imobiliárias da Basf no Brasil apresentou forte incremento, da ordem de dois dígitos, no início do ano. Para a fabricante, o crescimento está baseado em fatores como o aumento do nível de emprego e da renda dos assalariados. A empresa informa ainda que o desempenho também se deve a lançamentos e reformulação de produtos (como a linha de texturas).

Para os próximos anos, o setor acredita que haverá motivos para continuar em ascensão, principalmente em razão de desafios de infraestrutura para a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016.