Setecidades Titulo Educação
Reitoria da Fundação permanece incerta
Deborah Moreira
Do Diário do Grande ABC
29/03/2010 | 07:06
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A três dias da posse da nova reitoria da Fundação Santo André, o prefeito Aidan Ravin (PTB) ainda não anunciou sua decisão sobre quem serão os próximos comandantes da instituição. Ele está de posse da lista tríplice dos candidatos mais bem votados na eleição, que aconteceu em outubro e novembro do ano passado, e tem até o dia 1º para decidir.

Segundo o pleito - onde professores, alunos e funcionários podem votar -, o atual reitor, Oduvaldo Cacalano, mantém-se no cargo com 45,68% dos votos.

Cacalano era vice de Odair Bermelho, que foi afastado, em junho de 2008, sob acusação de ter viajado para o Nordeste a turismo, em 2005, utilizando dinheiro do centro universitário. Para receber o valor, ele teria apresentado notas fiscais adulteradas.

Desde então, o número de alunos tem diminuído e as despesas, aumentado. Em 2007, havia cerca de 11 mil alunos. Neste ano, são aproximadamente 9.000, Segundo a Fundação, a instituição vem elevando o ingresso de alunos desde 2008, quando o número ficou em 1.560. No ano seguinte, matricularam-se 2.520 e, neste ano, 2.650.

"O número de alunos novos reflete a nova fase da instituição. Outros fatos que demonstram isso são as 500 bolsas de estudos fornecidas pela Prefeitura (para 2010) e o recredenciamento, feito pelo Conselho Estadual de Educação, do nosso Centro Universitário por mais cinco anos, fato que não acontecia desde 2007", disse o professor Flávio Morgado, pró-reitor de Administração e Planejamento da Fundação Santo André, que preferiu não adiantar o balanço da instituição, ainda não aprovado.

"A situação financeira é crítica. Estamos com um déficit de R$ 8 milhões. Por isso, independentemente de quem vá assumir, o mais importante agora é fazer uma gestão participativa, incluindo as três faculdades", afirmou o professor Iberê Luiz di Tízio, que ficou em segundo lugar na votação, com 29,29%.

A Fundação é composta pela Fafil (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras), Faeng (Faculdade de Engenharia) e Faeco (Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas), da qual Iberê já foi diretor e atualmente integra o quadro como professor. Ainda segundo Iberê, o atual reitor tem feito uma gestão isolada. "Ao invés de buscarem parcerias, eles se encastelaram em um único bloco", contou o professor de Economia. A atual gestão rebateu afirmando que a reitoria faz gestão conjunta com o conselho universitário e o conselho direto.

O professor Murilo Andrade Valle, terceiro colocado na eleição, com 15,03%, fez questão de diferenciar a atual gestão de Cacalano da anterior, de Bermelho.

"Diferente do cenário que tínhamos em 2008, a gestão atual trabalha em benefício da Fundação. Desta vez, todos os candidatos são comprometidos com a instituição", comentou Murilo.

Com relação ao fato do prefeito ainda não ter se pronunciado sobre sua decisão, os dois candidatos não veem com preocupação. "Essa demora é normal. Tenho 44 anos de Fundação e sempre foi assim", lembrou Iberê.

Alunos questionam nomeação de Stephana na Câmara

O Diretório Acadêmico Honestino Guimarães, da Fafil (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras) enviou carta aos vereadores de Santo André questionando a nomeação de Nelson Stephana como representante da Câmara Municipal de Santo André no Conselho Fiscal da diretoria, órgão máximo para resoluções administrativas da Fundação Santo André.

Stephana foi indicado pelo vereador Antonio Leite (PT) à Casa, que aprovou a indicação. "Trata-se de uma pessoa idônea e honesta, conhece muito bem suas habilidades na área acadêmica; é professor e possui ampla experiência na comunidade universitária", explicou o vereador Leite, em nota. O presidente da Câmara, vereador Sargento Juliano (PMDB), não foi localizado para comentar a decisão da Casa.

Stephana foi coordenador do Insefusa (Instituto de Políticas de Segurança Pública), ligado à Fundação, durante a gestão de Odair Bermelho. O órgão foi acusado de ser fantasma e foi extinto em 2008. Na ocasião, Stephana foi afastado do cargo. Segundo a carta dos estudantes, o Insefusa gastava R$ 400 mil ao ano.




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