Representantes dos empresários disseram ao presidente da Câmara, deputado Michel Temer, serem contrários à redução da jornada de trabalho das atuais 44 para 40 horas semanais como prevê a PEC (Proposta de Emenda à Constituição), em tramitação na Casa. Eles tiveram ontem reunião com o presidente.
"Aprovar a proposta neste ano é eleitoreiro", disse o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), deputado Armando Monteiro Netto. Ele comentou que a crise que o Brasil passou não permite que a indústria assuma mais gastos para produzir com a redução da carga horária, calculada em torno de 2%. E acredita que essa redução da jornada causará impacto forte no setor, que poderá causar desempregos.
De acordo com o presidente da CNI, não se cria emprego com legislação nenhuma e sim com investimentos.
Para Monteiro Netto, a proposta precisa ser melhor debatida e não pode ser uma regra geral para todo o País. Tem de ser levado em conta a diferença regional. Segundo ele, muitas empresas, na prática, já adotam carga horária menor, "mas tornar a medida obrigatória seria drástico para a indústria".
O vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Roberto Della Manna, que também participou da reunião, disse que os empresários não podem aceitar a redução da jornada. "Não há possibilidade nem mesmo de haver uma redução gradativa, a cada ano", disse.
Temer afirmou que vai continuar negociando com os dois lados a busca de um entendimento que viabilize a votação da PEC.
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