A ministra-chefe da Casa Civil e virtual candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, apresentou ontem aos prefeitos do Rio Grande do Sul a possibilidade de investimentos no Estado do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento 2), que será lançado em março.

Na palestra para cerca de 100 chefes de Executivo na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Dilma sugeriu aos prefeitos que montem bancos de projetos para aproveitar os recursos do programa federal.

Organizado pelo prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, também coordenador dos prefeitos do PT no Grupo de Trabalho Eleitoral que prepara a campanha de Dilma, o evento recebeu o nome de O PAC e o Futuro do Brasil. Entre os convidados, estavam políticos de diversos partidos da base de apoio ao governo federal.

No encontro, a ministra disse que o Executivo federal já investiu 60% dos R$ 638 bilhões previstos para o PAC 1 e adiantou que o PAC 2 terá como prioridade a solução de problemas urbanos como saneamento, transporte, creches e segurança. Dilma não citou o valor dos novos investimentos e destacou que é obrigação do atual governo deixar programas previstos para quem vier a sucedê-lo.

Embora evitasse abordar a campanha política, Dilma deixou escapar temas de comparações com gestões federais anteriores que farão parte do debate eleitoral deste ano. A ministra reiterou que não havia investimentos em habitação e que o Brasil deixou de recorrer a empréstimos do FMI (Fundo Monetário Internacional).

DOIS PALANQUES
Em breve entrevista, Dilma voltou a dizer que não fala como candidata, condição que só assumirá depois da indicação partidária, no dia 20. Também evitou comentar o processo de escolha da presidência do PMDB, potencial aliado na corrida eleitoral.

Admitiu apenas que, em tese, o candidato do PT pode subir em vários palanques estaduais. "A gente sempre acha que é mais fácil subir em um só, mas que pode subir em dois, pode, pela diversidade de realidades regionais que o País tem."