Moradores da Paulicéia perdem móveis e até emprego por causa do defeito
Há cerca de dois meses, moradores da Rua Camargo, no bairro Paulicéia, em São Bernardo, sofrem com problemas no esgoto. Quando chove, a água entra nas casas por onde conseguir. "Começa a borbulhar tudo: ralo, pia, vaso sanitário, e volta o esgoto", diz o técnico de manutenção de aeronaves Gerson Bosco, 35 anos.
Segundo moradores, o problema acontece porque a tubulação não suporta a quantidade de casas da rua. "Outro dia foram fazer uma obra e, quando tiraram parte do asfalto, já tinha água de esgoto, sendo que a canalização é mais profunda", afirma a bióloga Fernanda Amat Lopes, 29.
Os vizinhos garantem que equipes da Sabesp (Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo) estiveram no local para desentupir a tubulação, mas o problema não foi solucionado.
Alguns proprietários já tiveram prejuízos em seus imóveis. A dona de casa Aderlandia dos Santos, 40, teve de quebrar a caixa de esgoto para que a água baixasse. "Reformei a casa há um ano e, por causa do esgoto, o piso da garagem já saiu do lugar."
A dona de casa Almerice Santiago Gutierre, 61, teve alergia na pele por causa do vazamento. "Meus cílios caíram todos. Estou tomando remédios fortes por isso", lamenta.
A mais prejudicada foi Claudia Cássia Silva, 38, que, entre outras coisas, perdeu o emprego por causa do problema. "Não posso mais sair de casa", reclama. Toda vez que chove, o imóvel enche de água suja e, por causa da altura que a enchente atinge, foram perdidos móveis e roupas.
Fernanda ajudou Claudia da última vez que o esgoto invadiu a casa da vizinha. "Tudo está contaminado. E para piorar a situação, a Claudia tem uma doença autoimune e não pode ficar num local como esse." Claudia afirma que vai entrar com um processo contra a companhia.
Procurada, a Sabesp alegou estar realizando obras de substituição de redes coletoras de esgoto nas imediações. As intervenções que solucionarão a questão do esgoto da região, porém, só serão concluídas no fim do primeiro semestre.
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