A Prefeitura de Santo André confirmou a reportagem exclusiva do Diário sobre a concessão de celulares e rádio-comunicadores aos funcionários da Administração. Segundo o governo municipal, o decreto para a implementação do benefício está em fase de elaboração, o que não possibilita detalhar melhor como funcionará o projeto. A única certeza é a de que mais uma vez a população pagará a conta.
O projeto foi antecipado pela Promotoria de Justiça da Cidadania, para a qual a Prefeitura respondeu questionamentos feitos pelo promotor Renato de Cerqueira César Filho, no início do mês, sobre os gastos com telefonia celular dos vereadores do município, cerca de R$ 8.270 mensais. O MPE (Ministério Público Estadual) abriu Inquérito Civil para apurar como os gastos são controlados pela Administração do prefeito Aidan Ravin (PTB) e pelo presidente do Legislativo, Sargento Juliano (PMDB).
Em nota enviada ao Diário, o governo municipal afirmou que "está elaborando o decreto que regulamentará e definirá a política de utilização de aparelhos celulares e rádio comunicadores. Ainda não podemos fornecer detalhes. Podemos adiantar apenas que a utilização dos equipamentos será controlada de forma rígida. Entendemos que a comunicação à distância se tornou imprescindível no universo profissional como ferramenta de trabalho, principalmente para garantir a rapidez na tomada de decisões", diz a nota. Segundo pessoas ligadas ao governo municipal, os celulares serão liberados apenas para o primeiro escalão.
INQUÉRITO - O inquérito movido pelo MPE tem o objeto de apurar eventuais irregularidades no uso de aparelhos celulares ou rádios públicos, tanto no Poder Executivo quanto no Legislativo, segundo a Promotoria. Em matéria publicada pelo Diário em 28 de setembro, pelo menos 308 aparelhos celulares e rádios públicos estão espalhados por cinco legislativos do Grande ABC. Destes, somente 87 estão nas mãos dos vereadores. O restante foi distribuído entre assessores parlamentares e de imprensa, secretários, diretores e funcionários de confiança.
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