O investidor tem três razões para ser otimista com o Brasil em 2010, segundo o economista do Grupo Santander Brasil, Cristiano Souza. No mercado de crédito, há queda da inadimplência e volta das concessões. No mercado de trabalho, o desemprego está em baixa e os salários crescem acima da inflação. E na política monetária, as taxas baixas ainda estimularão a economia no primeiro semestre de 2010.
"Com mais crédito para o ano que vem não tem porque ter medo. O crescimento continua, mas talvez com algumas desacelerações", conta o economista.
Segundo Souza, a demanda doméstica deve se recuperar em 2010. "O consumo e os investimentos devem acelerar no próximo ano." Ele acredita que no segundo semestre do ano que vem pode começar um aperto monetário e um "provável aumento da taxa de juros", que o economista do Santander projeta encerrar 2010 em 10,75% ao ano e 11,50% ao ano em 2011 e 2012. "Mesmo com essa elevação estimada, a Selic fica em um nível menor do que no período pré-crise."
A preocupação para os próximos anos, de acordo com o Souza, são os gastos públicos. "O governo precisa investir mais. Nenhuma empresa vai construir uma fábrica se não tiver energia elétrica. Nenhuma empresa vai construir uma fábrica se não tiver estrada, ferrovia e porto para escoar a produção."
Para o PIB (Produto Interno Bruto), Souza estima crescimento de 4,8% em 2010 e de 4,5% em 2011 e 2012. Antes da crise, o PIB crescia a taxas acima de 7% ao ano. Já o saldo da balança comercial entra em declínio, na visão do economista. De acordo com ele, neste ano o saldo deve encerrar em US$ 25,1 bilhões, caindo para US$ 10,8 bilhões em 2010 e US$ 0,1 bilhão (US$ 1 milhão) no ano seguinte.
O economista do Santander acredita que o dólar vai se valorizar em relação ao real no próximo ano. "Nossa projeção é de dólar a US$ 1,95 em 2010." E a expectativa de Souza é de que a moeda brasileira continuará perdendo força nos próximos anos. Ele estima é de que a divisa norte-americana termine o próximo ano em R$ 2,10 e suba para R$ 2,13 em 2012. "O real, nos últimos meses, seguiu o preço das commodities. É o mercado internacional que define a taxa de câmbio", afirma.
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