Automóveis Titulo Em 2010
JAC promete carro chinês com bom nível de sofisticação
Por Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
16/12/2009 | 07:00
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Um ano e meio depois de deixar a presidência da Citroën do Brasil, o empresário brasileiro Sérgio Habib anunciou ontem parceria do seu grupo, o HSC, com a chinesa JAC Motors, para importação de carros a partir do final do ano que vem. Durante dez anos, Habib terá o direito sobre a marca em território nacional.

Quatro modelos já estão definidos para 2010. São eles: um sedã médio, denominado J5, uma minivan (J6) e o modelo compacto J3, nas versões sedã e hatch. A partir de março, os carros vão passar por testes em todo o País.

Em princípio, os quatro modelos virão com motorização entre 2.0 e 1.6 a gasolina e câmbio manual. Preços, em razão da flutuação do dólar, não foram definidos.

Mas o empresário promete valores competitivos - não com os carros chineses que já estão à venda no Brasil, que ele considera fracos, mas com nacionais e importados do mesmo segmento.

Habib afirmou que vinha se dedicando, desde quando deixou a Citroën, a encontrar um parceiro ideal na China, que estivesse num estágio mais adiantado de pesquisa, manufatura e produção.

O empresário buscou por lá uma empresa de ponta, sem vinculação com montadoras americanas, europeias ou asiáticas. Estatal, a JAC é uma das quatro fabricantes independentes na China - Geely, BYD e Chery são as outras. A JAC produzirá neste ano 400 mil veículos e vai faturar US$ 4 bilhões. Faz caminhões há 40 anos.

A JAC tem centro de design em parceria com o estúdio Pininfarina, em Turim (Itália), e centro de desenvolvimento de interiores em Tóquio, Japão. Habib disse que a empresa projeta lançamentos para os próximos anos que combinam com o gosto mais exigente do consumidor brasileiro.

"Por sua experiência, Sérgio Habib tem perfeitas condições de nos representar no mercado estratégico que é o Brasil", afirmou o diretor responsável pelas exportações da JAC, Davi Zhang, que veio a São Paulo para anunciar a parceria.

Habib disse que pretende conquistar inicialmente 1% do mercado brasileiro, com a venda de 35 mil carros em 2011. Para isto, vai investir US$ 100 milhões na criação de uma rede com 50 pontos de vendas que cubram todo o País - metade será de sua propriedade e o restante de concessionários.

Segundo Habib, há marcas chinesas em evolução contínua, que já conseguem produzir carros em igualdade de acabamento, tecnologia e sofisticação com os melhores fabricantes do mundo. "Nossa estratégia de marketing será provar esta evolução", acredita.

No comando da Citroën durante uma década, Habib é minucioso na análise do mercado brasileiro. Atualmente, é dono de 55 concessionárias Citroën (da qual é o maior distribuidor no mundo), Ford, Volkswagen e Jaguar .

Em sua avaliação, Habib considera que os chineses vão abocanhar nos próximos seis anos uma fatia de 3% do mercado nacional.

Vai atuar melhor quem, na sua opinião, trouxer os carros mais compatíveis com o padrão do consumidor local. Para ele, a importação de carros baratos da China não é uma operação rentável, já que o custo com frete e impostos torna a competição muito difícil com os produtos feitos no Brasil.




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