Ex-goleiro do Corinthians Ronaldo e Nasi, ex-vocalista
da banda Ira!, acirram rivalidade no programa '90 minutos'
Nas rodas de boleiros, o assunto futebol remete logo a samba e pagode, certo? Em termos. A turma do rock diz que não é bem assim e que também entende do mais popular esporte do planeta, dentro e fora de campo. Preferências à parte, quem já conviveu com os dois estilos em um mesmo ambiente, a exemplo de Ronaldo, ex-goleiro do Corinthians, garante que o clima é democrático nas viagens e concentrações.
"Mas, às vezes, tinha que fazer barulho também e procurar um canto para ouvir o meu som. Os caras não podiam ver um balcão, que já começava aquela batucada. Ô negócio chato!", provocou o corintiano, às gargalhadas. "Mas também sacaneava os caras, principalmente o Ezequiel e o Paulo Sérgio (ex-atacantes do Timão). Quando começava o batuque, pegava a timba (instrumento de percussão) e sentava o braço, só para atravessar o samba deles", emendou Ronaldo (e mais risos).
É com bom humor e rock das mais variadas vertentes que Ronaldo e o roqueiro/boleiro Nasi, ex-vocalista da banda Ira!, comandam às segundas-feiras, na Rádio Kiss FM (102,1) , o programa 90 Minutos (alusão ao tempo de duração de uma partida), que aborda futebol e rock and roll.
O Diário acompanhou o programa e avisado do assunto, Nasi logo provocou. "Pode ter uma leva maior que curte samba, mas roqueiro entende um pouco mais de futebol. Só não tem uma quantidade maior de roqueiros no futebol porque roqueiro não tem hábitos muito saudáveis (risos)."
Nasi e Ronaldo avaliaram que a predileção dos jogadores - sabidamente oriundos de famílias pobres em sua maioria - por samba e pagode não tem relação direta com questões socioeconômicas.
"O samba e o rock são gêneros com tradição popular, independentemente da classe social. O rock sempre foi forte no Grande ABC e entre gente da periferia, não só na classe média", filosofa Nasi. "Fui criado na Zona Leste (da Capital)", complementou Ronaldo.
Depois, em tom sério, Nasi lembrou que samba e rock sempre caminharam lado a lado com o futebol. Como exemplo citou as famosas peladas de bandas como o Iron Maiden contra artistas mundo afora nas turnês do grupo inglês. Além, é claro, das homenagens ao futebol feitas por pagodeiros e roqueiros em suas canções.
E a relação vai além, destacou Nasi. "Em 1977, fiz teste no São Paulo (ele é são-paulino), mas fui reprovado. Queria ser um jogador estilo Chicão (volante são-paulino dos anos 1970), queria ser mau (risos). Só que não deu, também tinha uns 60 garotos. Aí não puderam ver meu talento", brincou Nasi, que na semana passada abriu o show dos australianos do AC/DC no Estádio do Morumbi.
E, como em todo papo que envolve futebol e música, provocação é o que não faltou. Nasi sugeriu durante o programa que o Corinthians perdesse para o Flamengo só para atrapalhar o São Paulo na briga pelo título do Brasileirão. E lançou um desafio. Prometeu vestir a camisa do Timão se a equipe paulista vencesse a carioca. Correu o risco, mas não precisou cumprir a aposta, já que o Flamengo venceu.
Ronaldo não topou o desafio de vestir a camisa do rival Palmeiras caso o Corinthians vencesse. O locutor santista Marco Antonio foi o mediador em meio às provocações, e tudo terminou em barulho de guitarra, baixo e bateria.
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