Cultura & Lazer Titulo Encerramento
Nacionais dividem prêmio do Mix Brasil
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24/11/2009 | 07:00
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A sala estava cheia e o público, além de multicolorido, era ruidoso - nada mais de acordo com o espírito da festa, a cerimônia de encerramento da 17ª edição do Mix Brasil, anteontem à noite, no CineSesc, em São Paulo. Criador do Festival do Cinema de Diversidade Sexual, André Fischer assinalou os percalços e os ganhos. O festival deste ano não apenas perdeu o patrocínio da Petrobras como começou a ser preparado em plena crise internacional. Perdeu salas, mas manteve o público. Entre gays de carteirinha e transformistas, Fischer provocou risos ao se permitir uma piada.

Ao anunciar o prêmio de interpretação, disse que o Mix não premia atores nem atrizes, separadamente, "porque as coisas aqui são meio emboladas". O prêmio de interpretação foi para os atores de Professor Godoy, de Gui Ashcar, que também recebeu o prêmio de roteiro atribuído pelo júri internacional e o de melhor curta nacional, do público.

A mostra competitiva contempla a categoria curtas nacionais, embora o Mix Brasil também atribua o troféu de melhor longa, categorias ficção e documentário, atribuídos pelo público.

O melhor longa de ficção foi o espanhol Ander, de Roberto Castón. O de melhor documentário foi dividido entre duas produções brasileiras: Dzi Croquettes, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez, e Meu Amigo Cláudia, de Dácio Pinheiro, sobre Cláudia Wonder, ícone travesti da cena paulistana dos anos 1980. Cláudia se expõe - fala da descoberta da sexualidade, da militância política (por direitos e conscientização de homossexuais, especialmente vítimas de Aids) e até cinema pornô, que praticou.

Já Dzi Croquettes conta a irreverente trajetória da banda formada no Rio durante os anos 1970. Apesar dos figurinos e performances exuberantes, o grupo era extremamente constestador. As letras debochadas e irônicas provocavam o regime militar e defendia a quebra dos tabus sociais e sexuais. O documentário tem depoimentos de Liza Minnelli, Ron Lewis, Gilberto Gil, Nelson Motta, Marília Pêra, Ney Matogrosso, Betty Faria, José Possi Neto, Miéle, Jorge Fernando, César Camargo Mariano, Cláudia Raia, Miguel Falabella, Pedro Cardoso e Norma Bengell, entre outros artistas.

O júri outorgou o troféu Coelho de Ouro, para melhor curta brasileiro, a "Garoto de Aluguel", de Tarcisio Lara Puiati. O prêmio de direção foi para Eduarda Goter, por "Na Madrugada".




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