O Diário entrevistou os sete vice-prefeitos da região. Praticamente todos se classificaram como "atuantes", mas pouco mostraram resultados palpáveis. Em termos de trabalho oficial, Dinah Zekcer (PTB), de Santo André, e Paulo Eugenio Pereira Júnior (PT), de Mauá, são os que possuem maior responsabilidade, já que acumulam as secretarias de Governo e Saúde respectivamente. Helenice Arruda (PTB), de Rio Grande da Serra, segue a mesma linha, tendo sob sua responsabilidade o Fundo Social de Solidariedade. Frank Aguiar (PTB) e Gilson de Menezes (PSB), vices de São Bernardo e Diadema, são os menos atuantes, já que ambos admitiram ficar à disposição apenas para substituir os prefeitos em compromissos.

Dinah afirmou que além de ocupar a Pasta de Governo, ajuda na coordenação de ações do Conselho Suprapartidário. "Faço trabalho de articulação com os vereadores e representantes dos partidos da nossa base de sustentação. Além disso, junto com o prefeito (Aidan Ravin - PTB), realizo atendimento aos munícipes todas as quartas-feiras pela manhã na Praça de Atendimento" explicou.

A mulher forte do governo Aidan destacou ainda que subordinadas à sua secretaria estão os Conselhos de Juventude, Deficientes e Idosos. A vice assumiu o comando do município em agosto, durante o período de descanso do prefeito.

Edinaldo Menezes, o Dedé (PPS), vice-prefeito de Ribeirão Pires, afirmou que está à frente de projetos especiais, como busca de recursos junto aos deputados da região. "Tenho atuado junto aos parlamentares com os quais temos mais afinidades para conseguir recursos. Também presto atendimento aos munícipes para recolher demandas. Geralmente, acompanho as ações e vou até os locais que recebem reclamações. Atuo também na revisão do Plano Diretor", destacou. Dedé foi um dos poucos vices que conseguiu mensurar resultados palpáveis. Dentre eles, citou a conquista da verba de R$ 1 milhão com o deputado estadual Alex Manente (PPS), valor que deverá ser empregado em pavimentação. O vice destacou ainda que tem feito diálogos com o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) para negociar os novos trevos de acessos à rodovia Índio Tibiriçá.

Helenice Arruda, vice-prefeita e presidente do Fundo Social de Solidariedade de Rio Grande da Serra, afirmou que, embora nunca tenha assumido a cadeira do prefeito, atua na coordenação de programas sociais do município. "Dou expediente diariamente no gabinete", destacou, sem mensurar resultados de seu trabalho na área.

Em São Caetano, Walter Figueira Júnior (PTB) esteve à frente da Prefeitura de 13 a 17 de outubro de 2009, período em que representou o prefeito José Auricchio Júnior (PTB) no encerramento dos 73º Jogos Abertos do Interior. Walter, que atua ainda como assessor no colegiado do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, representando o município, também participa do grupo de trabalho de desenvolvimento do Pólo Tecnológico Regional. "Tenho atuado também com políticas públicas Educacionais e junto às Sociedades Amigos do Bairro para colher demandas que são apresentadas ao prefeito" explicou Walter. 

Foram raros os vices que conseguiram imprimir marca própria no País

Nacionalmente, poucos vices tiveram expressividade e condições de imprimir suas marcas dentro de uma gestão. Os casos de maior destaque foram os dos vice-presidentes José Sarney e Itamar Franco. Sarney (hoje no PMDB), assumiu a presidência da República após a morte de Tancredo Neves em 15 de março de 1985 e protagonizou o primeiro Governo civil após o Movimento Militar de 1964. Itamar Franco (hoje no PPS) foi empossado em 29 de dezembro de 1992, após o impeachment de Fernando Collor de Mello e cumpriu o restante do mandato até 31 de dezembro de 1994.

Em 2001, Geraldo Alckmin (PSDB), então vice-governador do Estado de São Paulo, assumiu o governo após a morte do tucano Mário Covas. Alckmin conseguiu se destacar tanto que garantiu reeleição em 2002 e disputou a presidência em 2006 contra o chefe da nação, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No Grande ABC, o caso mais marcante foi o do petista João Avamileno, que assumiu a Prefeitura de Santo André em janeiro de 2002, após o assassinato do prefeito Celso Daniel. Avamileno conseguiu conquistar em 2004 seu segundo mandato.

Em São Bernardo, William Dib (PSDB) assumiu o Paço em 2003, após o então prefeito Maurício Soares (PT) renunciar ao cargo alegando problemas de saúde. Dib imprimiu marca tão forte que conseguiu aliados de peso, como o ex-governador Geraldo Alckmin e o atual chefe do Estado, José Serra, ambos do PSDB. O mais novo integrante do tucanato paulista garantiu sua reeleição em 2004.

SUBSTITUIÇÃO - Os vice-prefeitos de Diadema e São Bernardo afirmaram que suas funções se limitam à substituição dos chefes dos Executivos. Frank Aguiar (PTB), de São Bernardo, esteve à frente da Prefeitura na semana do Carnaval. Segundo a administração, no período acompanhou o secretário de Obras em diversas intervenções como pavimentação do Núcleo João de Barro, obras da Fundação Criança, além de ter recepcionado empresários interessados em investir no município. Aguiar não foi localizado porque está em licença não remunerada, segundo a Prefeitura. Gilson Menezes (PSB), que assumiu a cadeira de prefeito de Diadema por uma semana durante viagem de Mário Reali (PT) à África, afirmou que representa o prefeito em eventos e, eventualmente, colhe demandas de munícipes e repasse ao secretariado. "O vice não possui nenhuma obrigação administrativa, mas damos suporte ao prefeito", destacou. Paulo Eugenio Pereira Júnior (PT), vice-prefeito e secretário de Saúde em Mauá, não retornou os contatos do Diário.