Para ele, definir o destino de reis, rainhas e peões é puro estilo de vida. Enxadrista prodígio e número um do Brasil, Alexandr Fier, 21 anos, é o principal nome da nova geração da modalidade nos Jogos Abertos do Interior, em São Caetano.

Representante da cidade de Americana, Fier começou a praticar xadrez com apenas 3 anos. Aos 6, já contabilizava o título de vice-campeão mundial sub-10. Atualmente, é pentacampeão pan-americano e tem mais de 15 títulos nacionais, além de ser o oitavo brasileiro na história a ser condecorado como grande mestre pela Federação Internacional.

"Nunca me dei muito bem com rotina. Mas tenho de praticar e estudar o tempo todo para manter o alto nível devidamente atualizado. As pessoas acham que os praticantes de xadrez são sempre introspectivos, estranhos. Mas não é verdade. É uma modalidade repleta de segredos, como muitas outras", comentou Fier.

Como principal jogador da nova safra no País, o enxadrista afirmou que não se importa com o pouco reconhecimento público de seu talento. E vê de forma positiva o desenvolvimento constante de projetos e todo esforço de escolas públicas na divulgação e incentivo a novos adeptos.

Fier também ressaltou ser totalmente a favor do uso de novas tecnologias para a prática da modalidade. Assim, é entusiasta de softwares (programas) e torneios on-line, além de usar os recursos da Internet como instrumento para afiar habilidades. "Dá para você analisar toda estratégia de uma partida que aconteceu há cinco minutos em algum lugar escondido na Rússia, por exemplo", explicou.

Fier participou há poucas semanas de desafio especial contra Henrique Mecking, o Mequinho, que representa a cidade de São Bernardo nos Jogos Abertos. O encontro que reuniu dois mestres brasileiros em gerações distintas terminou empatado em 2 a 2.

"Nenhum enxadrista pode ficar estagnado. A reciclagem deve ser constante. Atingir a perfeição é impossível, mas com dedicação, dá para chegar bem perto", brincou.