Procura-se jovem que saiba nadar e queira representar São Caetano nos Jogos Abertos do Interior." Quarenta e cinco anos depois, a memória pode não reproduzir com perfeição o texto do anúncio da época, mas o teor do convite era exatamente este, lembra o vice-prefeito de São Caetano, Walter Figueira. "São Caetano não tinha equipe nem piscina e fizeram o anúncio procurando gente para representar nos Jogos. Naquela época, os nadadores de Santos eram os verdadeiros peixes. Eram os Cesar Cielos daquele tempo", brinca, lembrando que não deu para conquistar um lugar no pódio, apesar de nadar os 100 m, 200 m e 400 m livre.

O então adolescente esportista tinha acabado de trocar a vida nas quadras de basquete pelas piscinas e foi um dos corajosos que encarou o desafio na edição de 1964 dos Jogos, a primeira organizada no município. Depois de quase cinco anos como ala nas quadras do Clube da GM, a altura (1,70 m) acabou com os planos do aspirante a jogador, que manteve nas piscinas sua vocação para esportista e descobriu a verdadeira vocação de sua vida.

A história de Figueira se confunde com a dos Jogos, dos quais participou ainda mais seis vezes como atleta e desde então como professor, técnico ou representante. "O significado dos Jogos na minha vida... é imenso. Ficaria dias falando sobre isso", emociona-se. "Toda minha formação foi através do esporte. Quando jovem plantei uma semente que estou colhendo hoje, aos 63 anos", confessa.

Um dos homenageados da Cerimônia de Abertura do evento, hoje, às 19h, no Estádio Anacleto Campanela, Figueira será responsável por acender a pira dos Jogos.

"Participar é uma experiência extremamente enriquecedora e será uma honra acender a pira. Não apenas por ter participado como atleta, mas por ter feito parte do desenvolvimento do esporte em São Caetano com 40 anos de vivência na área."

Seu maior orgulho fica evidente quando fala sobre a importância do esporte na vida da cidade. "O diferencial de São Caetano é sua história e a paciência do povo e seus prefeitos, que sempre investiram no esporte como ferramenta no processo de desenvolvimento educativo e cultural. Com isso a gente atingiu este patamar não apenas esportivo, mas de desenvolvimento humano (São Caetano detém o melhor Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil).