Cultura & Lazer Titulo 'Hamelin'
No palco, a deformação da linguagem
Sara Saar
Especial para o Diário
02/10/2009 | 07:00
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Um caso de pedofilia surge como pretexto na montagem "Hamelin", escrita pelo espanhol Juan Mayorga, para discutir como a população se comporta diante da necessidade de cuidar das crianças. Com direção de André Paes Leme, a peça estreia hoje, às 19h30, no CCBB. Ingressos custam R$15.

O espetáculo, protagonizado pelo global Vladimir Brichta, coloca em cena um juiz disposto a revelar que um empresário abusou sexualmente de uma criança. Mas, sem provas, descobre que não é nada fácil distinguir o bem do mal. "Não se trata de encontrar culpados, mas de perceber como cada um é responsável por humanizar as relações", aponta Leme.

O personagem do juiz, que tenta se transformar em heroi, ainda vive uma contradição em casa: não consegue sequer conversar com o próprio filho. Entre as discussões levantadas no espetáculo, está a impossibilidade de definir fatos a partir da linguagem. "Lembro que a expressão ‘direitos humanos' tinha força. Mas hoje perdeu valor, em decorrência do uso", defende o diretor.

Os atores, além de interpretar os personagens, comentam as cenas e conduzem o olhar da plateia. "Por vezes, colocam o público em armadilhas", adianta. O espetáculo, cujo título faz alusão à fábula O Flautista Hamelin, é ambientado em qualquer cidade grande que, apesar de se desenvolver com velocidade, esconde problemas crônicos.

Hamelin - Teatro. Hoje, às 19h30. No CCBB - Rua Álvares Penteado, 112, São Paulo. Tel.: 3113-3651. De quinta a sábado, às 19h30; domingo, às 18h. Ingr.: R$ 15. 16 anos. Até 29 de novembro.




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