Economia Titulo Aplicações
Governo decide tributar caderneta de poupança

Medida pode incrementar a arrecadação em até R$ 1 bilhão; projeto valerá para contas novas e antigas

Por
16/09/2009 | 07:00
Compartilhar notícia


O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou ontem que o projeto sobre tributação das aplicações em caderneta de poupança valerá tanto para as contas novas quanto para as antigas. Ele explicou que os rendimentos relativos ao total de R$ 50 mil aplicados em caderneta de poupança serão isentos de tributação. Porém, os rendimentos relativos ao que exceder os R$ 50 mil depositados serão tributados.

O secretário usou o exemplo de caderneta com depósito total de R$ 60 mil, cujo rendimento seria da ordem de R$ 300, sendo R$ 250 relativos ao montante de R$ 50 mil - isentos de tributação - e R$ 50 relativos aos R$ 10 mil excedentes - rendimento que será tributado. Barbosa não quis dizer quais serão as alíquotas do imposto sobre a poupança, mas comentou que devem ficar próximas às cobradas pelos fundos de investimentos, que variam de 15% a 22,5%.

Segundo Barbosa, a proposta de tributação da poupança será enviada ao Congresso nos próximos dias. Ele buscou tranquilizar os poupadores dizendo que a medida valerá a partir de janeiro de 2010, tendo efeito só em fevereiro.

ARRECADAÇÃO - Se for aprovada pelo Congresso, a nova fórmula de tributação da poupança pode render algo entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão aos cofres do governo em 2010, informou fonte do governo. Essa estimativa, entretanto, deve ser vista com a ressalva de que não é possível saber se no próximo ano haverá ingresso maciço ou saída de recursos da caderneta - ocorrências que mudam o cenário de arrecadação.

A possível arrecadação de R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão não está incorporada à proposta de Orçamento da União para 2010.

FINANCIAMENTOS - O IR (Imposto de Renda) da poupança não deverá reduzir recursos destinados ao financiamento imobiliário, segundo analistas. Atualmente, a caderneta é o principal instrumento para financiar a compra da casa própria e a construção de unidades habitacionais. "O anúncio do governo afeta pequena parcela dos investidores e, por isso, a poupança não perderá recursos", disse o presidente Associação Anefac (Nacional dos Executivos de Finanças, Miguel de Oliveira.

Segundo dados do BC (Banco Central), 98,9% dos poupadores têm aplicações inferiores a esse limite e é responsável por 56,7% do saldo das cadernetas, que em agosto era de R$ 294,951 bilhões. O analista Fausto Correia, da Alpes, vê como marginal a possibilidade de migração de investidores da poupança para outros segmentos. "Não há risco de perda consistente de recursos dessa aplicação", constatou Correia.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;