Um é roqueiro veterano, extrovertido, mora em São Paulo e conquistou espaço na mídia não somente pela carreira musical, mas pelo extravagante figurino punk. O outro tem imagem comportada, já gravou discos de MPB e mora no Rio de Janeiro.

Juntos, os irmãos Supla, 43 anos, e João Suplicy, 35, comandam o Brothers, que comemora o primeiro aniversário hoje, às 18h, na Rede TV!. A edição especial terá retrospectiva e entrevistas marcantes com o cantor Marcelo D2 e os jogadores de futebol Robinho e Ronaldo.

A atração, que atinge 3,5 pontos de audiência (marca significativa para emissora), é temperada por humor, performances musicais e quadros interessantes, como o do MC Rapporter, conhecido pela habilidade para fazer perguntas com rimas.

Os músicos também apresentam canções do projeto Brothers of Brazil. "Me sinto à vontade, como se estivesse servindo cafezinho em casa", define o experiente Supla, que propôs o programa para a Rede TV!

"Nunca apresentei na televisão, mas encaro como se estivesse fazendo um show", afirma João.

PALCO E DISCO - Desde que iniciaram a inédita parceria, há cerca de um ano e meio, os irmãos já realizaram diversos shows nos Estados Unidos, Brasil e Europa. Nesta semana, retornaram da Inglaterra, onde realizaram quatro apresentações e preparam a turnê do recém-lançado disco de estreia Punkanova.

Co-produzida por Mário Caldato Jr. (o mesmo de Marisa Monte, Beastie Boys, entre outros medalhões), a bolachinha apresenta a mistura da pegada roqueira de Supla na bateria às harmonias sofisticadas que João dedilha no violão de nylon.

"Na verdade, não achava que fosse dar certo. Mas se o Supla fosse sambista, ia ficar muito parecido com outras coisas. O som que ele faz é como se fosse o Ramones e o Ringo Starr tocando samba", define o brother mais novo.

Entre os pontos altos do repertório, em que as letras intercalam versos em inglês e português, estão Samba Around the Clock e I Hate the Beatles, curiosa declaração de amor e ódio ao legendário quarteto britânico. O disco (On Line Editora, R$ 12,99) é vendido nas bancas, encartado em pôster.

CONVIVÊNCIA DIFÍCIL - Filhos da ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, e do senador Eduardo Suplicy, os músicos demonstram sintonia no palco e cativam a plateia com bordões como Wap-Bap-Loola, Brothers!. Mas com tantas diferenças entre os irmãos, os atritos são inevitáveis.

"Trabalhar em família já é difícil, com o Supla é dificílimo. Ele é uma pilha ligada o tempo inteiro e já acorda me agulhando. Ao mesmo tempo é bom porque ele tem muita certeza sobre as coisas em que acredita", confidencia João.

"Parece difícil, mas não é. Às vezes, viajamos na maionese e pedimos desculpas. Mas temos muito respeito um pelo outro", relativiza Supla.

No Dia dos Pais, os irmãos convidaram o senador Suplicy para participar do programa e cantaram com ele o hit do repertório do parlamentar petista, Blowin' in the Wind, do cantor Bob Dylan. Supla ressalta que a atração não serviu de palanque para o patriarca da família. "Ele é político há muito tempo e, afinal de contas, é nosso pai. Ninguém deve nos encher o saco por isso. Pelo menos não sou filho do Maluf".

‘Precisamos de sacadas'

Para o diretor Ricardo de Barros, que comanda o programa há cinco meses, Brothers é uma criança que está com um ano de idade e tem muito a se desenvolver.

"Muito trabalho já foi feito, mas ainda há espaço para crescer. Precisamos ter outras sacadas", aponta Barros, que também é ex-diretor do humorístico Pânico na TV.

Durante a nova gestão, diversas mudanças já foram aplicadas. Exemplo disso é o quadro MC Rapporter com Max B.O. que passou a frequentar os eventos mais badalados da semana. "Antes, ele fazia as rimas com as pessoas na rua, a partir de um tema. Modifiquei isso. Pedi para que fosse falar com as celebridades", conta. As Garotas Brothers, que atendem ao fetiche masculino com as mais diferentes fantasias, também começaram a gravar matérias. "Levando as meninas para a rua, surgem trabalhos legais. Não é só dar um sorriso no estúdio", compara.

Já no quadro Ação e Reação a ideia é provocar uma ação na rua para observar a reação de quem passa. Uma cena lembrada é a de um atropelamento com dublês na Lapa.

Já o Minirrepórter com o garoto Vinícius Oka não sofreu mudanças. O menino de 11 anos segue a linha politicamente correta nas reportagens. "Ter uma criança é bacana porque ela tem as tiradas da idade. O adulto policia muito o que vai falar", argumenta.

O quadro Brothers Ride acompanha mulheres, dentro de um carro, para saber como andam as cantadas da ala masculina. "Alguns têm timidez para chegar, outros soltam cada pérola...", lembra.

O "Talentos da Comunidade" tem a proposta de oferecer espaço para entidades que desenvolvem projetos na periferia. "O cara tem uma ideia, junta uma galera e faz um monte de gente ter um futuro. São pessoas iluminadas", comenta.

Para comemorar o primeiro aniversário, a equipe preparou uma edição especial que será exibida hoje, às 18h. É hora de lembrar os melhores momentos como a vez em que Supla entrevistou o jogador Ronaldo. O programa ainda apresenta duas inéditas. Uma delas é a briga de torcidas em Londres, na Inglaterra, que Supla pôde conferir de perto. (Sara Saar com Supervisão Melina Dias)

Pablo Escobar comemora convocação à seleção boliviana

O meia boliviano Pablo Escobar comemorou a convocação do técnico Edwin Sánchez para as partidas da seleção de seu país contra Paraguai e Equador pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.

"É muito importante para qualquer jogador e fico muito feliz. É graças ao trabalho que está sendo feito aqui no Santo André", comentou o jogador que, no entanto, por opção do técnico Alexandre Gallo, não viaja ao Rio de Janeiro onde o time enfrenta hoje o Flamengo.

O embarque de Escobar para a Bolívia será amanhã. Porém, o jogador não está muito animado com o desempenho boliviano na competição e vê distante o sonho de disputar a Copa de 2010, na África do Sul. "Está complicado pensar em classificação. Os nossos dois últimos jogos (contra Chile e Venezuela) não foram bons e agora teremos duas partidas muito difíceis pela frente", afirmou.

A equipe ocupa a penúltima colocação nas eliminatórias, com 12 pontos, oito atrás do Equador, quinto colocado, que disputaria hoje a repescagem para ir ao Mundial.

TUDO CERTO - Os nomes do meia Camilo e do lateral-direito Eduardo Ratinho apareceram ontem à tarde no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e ambos teriam condições de jogar hoje contra o Flamengo. No entanto, eles não foram relacionados pelo técnico Alexandre Gallo para a viagem ao Rio de Janeiro e estão fora.

"Foi uma opção do treinador", comentou o diretor de futebol Juraci Catarino. "Ele ainda vai esperar os jogadores estarem em melhor forma e conta com eles para a partida contra o Atlético Mineiro (dia 6, no Bruno Daniel)", emendou. Camilo, inclusive, deixou o treinamento de ontem antes do fim, com dores na região lombar.