O piauiense Tony Gonzagto, 63 anos, reúne diversos trabalhos da carreira como artista plástico na mostra Retrospectiva, que está em cartaz no Salão de Exposições Luiz Sacilotto (Praça 4º Centenário, s/nº, Santo André), até o dia 18, de terça-feira a sábado, das 13h às 19h30, com entrada franca.

As obras, construídas entre 1983 e 2009, revelam a habilidade de Gonzagto para criar tanto esculturas (em papel, minerais e pigmentos de terra), como desenvolver pinturas abstratas. "É intuitivo. Durante o processo, vou construindo as formas e as nuances de cores", explica.

Na série Casulos, o artista se recorda da própria infância. "Quando era criança, costumava observar a transformação do casulo. Havia diversas formas. Umas eram mais redondas, outras mais cumpridas. Daí brotou a ideia", conta.

A instalação Fósseis, que possui 12 peças, também remete à época de menino. "Trago bagagem de Piauí porque lá existem muitos sítios arqueológicos. Sempre gostei bastante. Eu via muitos fósseis de peixes", recorda.

Já na série Dos Fragmentos de Paranapiacaba, a obra mais recente do artista, explora diversos temas com objetos reciclados como cacos de cerâmica e espelho. "A Vila foi um grande refúgio para conseguir os materiais que precisava, além ser o lugar ideal para morar", afirma Gonzagto. E completa: "No mundo, não há mais lugar para jogar lixo. O artista precisa transformar o lixo em arte e, assim, cooperar com o planeta".

Reconhecido como artista sensível e criativo, Tony Gonzagto já apresentou suas obras em mostras de diversos países como Estados Unidos, Japão e México. Na pintura ou na escultura, há sempre um sabor de identidade.

Fotografia - Mostrar a emoção da capital portuguesa é a proposta do fotógrafo Daniel Katz. A a exposição Lisboa entra hoje em cartaz no Sesi Santo André (Praça Dr. Armando de Arruda Pereira, 100, bairro Santa Teresinha. Tel.: 4997-3177) e segue até o dia 24. A entrada é gratuita.

São 40 imagens em preto e branco, feitas durante três viagens (entre 1993 e 1995), que retratam com lirismo e poesia o lugar que tanto fascinou o fotógrafo. Sem privilegiar a técnica para flagrar a emoção, Katz acredita que nada é tão rico quanto uma cidade. As fotos de Lisboa são exemplos dessa concepção.

A mostra abre de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h. (Supervisão Melina Dias)

Privilégio para o objeto

Por explorar temática diversificada e trabalhar a representação, o artista plástico Sérgio Niculitcheff escolheu a palavra Figuras para dar nome à mostra que fica em cartaz na Casa do Olhar, em Santo André, até o dia 22. A entrada é franca.

Ao todo são 19 obras recentes, entre pinturas e esculturas. Uma característica de Niculitcheff é não intitular os trabalhos. "É algo particular. Quando coloco título, direciono a leitura do observador. Quero que cada um assimile apenas a partir do visual", justifica.

Apesar da variedade de assuntos, a imagem do livro é recorrente na mostra. "Remete à minha infância. Quando era mais jovem, meu pai lia muito. Lembro que havia uma estante enorme em casa. Tenho identificação com essa figura", recorda.

O artista, que trabalha em especial com tinta acrílica sobre tela ou papel, também gosta de se abster do uso de cores. Um exemplo é a representação de uma vela, feita em escala de cinza, em 2008. "Às vezes, a imagem é muito forte, mas o colorido distrai quem a observa. Então, prefiro neutralizar a cor com a ideia de chamar a atenção para a figura", explica.

Já as esculturas de Niculitcheff ainda recebem acabamento pictórico. Exemplo é uma casa em perspectiva que remete à pintura do Renascimento.

Figuras - Exposição. Até o dia 22, das 10h às 19h30. Na Casa do Olhar - Rua Campos Sales, 414, Santo André. Tel.: 4992-7730. Entrada franca.