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Cerca de 30% das empresas da Bovespa têm dívidas com a União

Relatório aponta fragilidade fiscal de companhias listadas na Bovespa; entre elas, há empresas da região

Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
17/07/2009 | 07:00
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A alta carga tributária e a grande variedade de impostos vigentes no Brasil geram dores de cabeça não só para os consumidores, como para as empresas. Segundo pesquisa do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) feita a partir de dados divulgados pelo Ministério da Fazenda, 29,11% das empresas listadas na Bovespa têm débitos tributários.

"São companhias de grande porte sem atenção com a governança tributária", afirma Fernando Steinbruch, advogado tributarista do IBPT. Esse é o caso de empresas da região, como o Grupo Quattor e a Tegma, ambas do Grande ABC.

O material divulgado pelo Ministério da Fazenda, embora sinalize as empresas devedoras, não dá maiores detalhes sobre a causa ou origem dessa inadimplência. "Desde que federais, pode se tratar das mais diversas dívidas, como grandes impostos não regularizados ou uma multa qualquer pelo atraso de algum documento", comenta Steinbruch. "É difícil avaliar a origem ou motivo para todo esse endividamento. "

Para o especialista, boa parte desse endividamento com a União pode vir justamente da complexidade do sistema tributário nacional. "Algumas empresas podem estar nessa lista por precariedade estrutural. É tão complexo o sistema, as normas mudam todos os dias", comenta.

EMPRESAS - A grande quantidade de impostos diferentes já é conhecida e muito reclamada pelo setor produtivo. No entanto, a pesquisa traz à tona um segundo problema. Em um ambiente de Bolsa de Valores, onde a governança corporativa é palavra de ordem, falta transparência tributária às empresas de capital aberto.

Procuradas pelo Diário, empresas da região não comentaram o resultado da pesquisa. A exceção foi a Solvay Indupa que, embora opere também no Grande ABC, afirma não ter relação com as questões tributárias da sua matriz, na Argentina. O braço internacional da companhia tem papéis listados na Bovespa e consta da lista das devedoras. "Esse é um trâmite que corre em sigilo fiscal e será resolvido entre a Solvay da Argentina e a Receita", afirma a empresa em posicionamento oficial.




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