Encerrado ontem, o evento que reuniu o 22º Seminário Nacional da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) e a Feira Transpúblico levou cerca de 400 empresários do setor de transportes de todo o País ao Transamerica Expo, em São Paulo. Além de palestras de especialistas, visitantes puderam conhecer novidades em modelos de ônibus, tecnologia e serviços durante os três dias da feira.
A NTU, que organizou o evento com a Fabus (Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus), focou o seminário na discussão de propostas de infraestrutura para a Copa de 2014 no Brasil. Um dos principais destaques foi a proposta sobre a implantação do BRT (Bus Rapid Transit) nas 12 cidades-sede do Mundial.
"O BRT cria oportunidades. Além disso, é uma proposta que traz soluções bem mais econômicas para as cidades ", afirmou Marcos Bicalho, diretor-superintendente da NTU.
De acordo com Bicalho, o quilômetro do BRT custa US$ 10 milhões enquanto o sistema do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) tem valor estimado de US$ 50 milhões. "Além disso, o BRT tem a vantagem de ser mais versátil que o VLT", considera.
Para Bicalho, no entanto, os dois sistemas podem ser conciliados. "Não somos contra a implantação de diversos modais para melhorar o transporte público. Mas precisamos levar em conta o fato de o Brasil dominar a tecnologia, fabricação, projeto de engenharia, operação e manutenção do BRT."
"Temos de aproveitar a Copa de 2014 no Brasil para investir no setor", defendeu o engenheiro e ex-governador do Paraná Jaime Lerner, um dos palestrantes. Lerner idealizou o sistema BRT, implantado em Curitiba (PR) nos anos 1970, e exportado para países como Colômbia, México, Chile, Reino Unido, China e Estados Unidos.
Wagner Colombini, engenheiro e presidente da consultoria Logit, concordou que o BRT é um projeto para longo prazo. "Trata-se da reurbanização e um legado para a sociedade."
Mercado cai 25%, mas já sinaliza recuperação
O diretor de vendas de veículos comerciais da Mercedes-Benz, Gilson Mansur, afirmou que o mercado de ônibus deve encerrar o ano com 25% de queda em relação a 2008. No primeiro semestre, a indústria vendeu 15.376 unidades contra 11.687 no mesmo período do ano passado.
"O ritmo de queda nos seis primeiros meses, porém, é menor do que o que projetávamos quando a crise chegou ao País", afirmou Mansur, que apresentou novo protótipo na Feira Transpúblico.
Para o executivo, o mercado se recupera no ano que vem, já que as vendas também terão impulso por ser ano de eleições. "Sempre há renovação de frota maior em anos eleitorais."
O diretor da Mercedes-Benz, que domina 50% do mercado, afirmou que o programa de ônibus escolar, promovido pelo governo federal, ajudou a evitar que o mercado tivesse forte retração neste ano. "As 6.000 unidades da primeira licitação começam a ser entregues. Uma segunda licitação pode render mais 6.000 encomendas", disse.
Segundo Mansur, foram comercializados, no primeiro semestre, 6.348 ônibus urbanos, sendo o produto responsável pela maior fatia do mercado.
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