Os jogadores do Santo André elegeram dois vilões do time no empate de ontem contra o Santos: Luiz Flávio de Oliveira e Fábio Costa. Nos vestiários, quase todos acusaram o árbitro de se omitir ao não marcar, segundo eles, dois pênaltis do goleiro - um no ala Gustavo Nery e outro no centroavante Nunes.

"Não posso julgar se houve intenção, mas podem ver como ele conseguiu estourar o meu tornozelo e rasgar o meu joelho", desabafou Nery, no saguão do estádio, no momento em que mostrava, visivelmente desolado, a perna esquerda enfaixada.

"Não sei se aconteceu a maldade. Vocês (jornalistas) poderiam ver o retrospecto dele. Tentei escapar, mas não deu. Ele quase me quebrou", supunha o lateral, que hoje será submetido a uma ressonância magnética. "Aí é que vou constatar os limites da gravidade", afirmou.

O atacante Nunes, igualmente revoltado, não poupou críticas ao árbitro e ao polêmico goleiro do Santos. "Apanhei desde o início e não reagi. Se vou para o revide, me chamam de violento. O Fábio pegou pesado e o juiz deixou passar. Falei na cara mesmo que é um safado. Todo mundo viu isso", protestou o artilheiro da noite, autor de dois gols, que também se referiu ao exagero de Fabão nas divididas.

O técnico Sérgio Guedes admite que não pôde ver se Fábio Costa aringiu Nery de propósito, mas acha que existiu o pênalti em Nunes (expulso ao ofender Luiz Flávio de Oliveira). "Um dos problemas que iremos enfrentar no Campeonato Brasileiro são os critérios diferentes. Infelizmente, as regras nunca são iguais para grandes ou pequenos", constata o comandante.

O vice-presidente da Gestão Empresarial do Santo André, Romualdo Magro Júnior, também reclamou da arbitragem, mas preferiu atacar especialmente o camisa um do Santos. "O juiz nos prejudicou. Ele ignorou dois pênaltis (nas faltas em Gustavo Nery e Nunes) e o mau-caráter do Fábio Costa saiu feliz do estádio", concluiu.