Para tornar possível a ampliação do aterro municipal de Santo André, a Cetesb (Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Ambiental) quer analisar o panorama da

gestão de resíduos na cidade, além da proposta de licenciamento para uso de nova área apresentada ontem pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André).

A agência ambiental do Estado quer analisar o plano operacional da entrada e saída de veículos do aterro, o programa de adequação ambiental da cidade, o plano de gestão integrada de resíduos sólidos do município e a estratégia de comunicação sobre a ampliação do espaço dirigida à população.

Os documentos serão entregues ao órgão estadual na quarta-feira. "Não há prazo para que tenhamos uma resposta. Hoje (ontem), os técnicos viram com bons olhos o que apresentamos e acredito em um posicionamento positivo por parte da Cetesb", afirmou o diretor de resíduos sólidos do Semasa, Antônio Carlos de Oliveira.

A autarquia ofereceu ontem à agência ambiental argumentos para provar a viabilidade em se estender o aterro para uma área de pouco mais de 6.000 metros quadrados. Em março, a primeira tentativa de uso do espaço foi negada pela Cetesb que é o órgão responsável por conceder a nova área.

Para tentar conseguir o aumento da área útil do aterro, o Semasa aposta na diminuição da altura das camadas de disposição do lixo em cerca de 20 metros. Na proposta original, rejeitada pela Cetesb, o nível das porções de resíduos era de 70 metros.

A agência ambiental apontava que o peso poderia eventualmente deslocar a massa de lixo sobre dutos de óleo e gás da Petrobras que ladeiam o aterro e, por isso, o Semasa aceitou diminuir as camadas.

O diretor de Resíduos Sólidos do Semasa, explicou que foi feita uma simulação do peso que o lixo exerceria sobre a tubulação caso o aterro estivesse ampliado. Oliveira afirmou que a pressão é pequena e por isso a autarquia também se valerá do resultado apontado na sondagem do solo.

"Esse estudo foi exposto à Petrobras, que está analisando os dados e nos dará um parecer por escrito da viabilidade ou não do empreendimento", explicou.

Paralelamente ao aval da Cetesb sobre o aumento do aterro, o Semasa estuda o preparo da nova área. "Nós já estamos prontos para essa operação (de ampliação). Tendo um sinal verde da Cetesb, a preparação do terreno será rápida", avaliou. O uso do novo local como depósito de lixo garantirá sobrevida de cerca de sete meses ao aterro.

A cidade aguarda ainda parecer do Daia (Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental), responsável pelo licenciamento de uma área de 40 mil metros quadrados que estenderá a capacidade do aterro em cerca de oito anos.

Coleta seletiva aumenta 35,6% em Santo André

A coleta seletiva aumentou 35,6% em Santo André, de acordo com o Semasa. O cálculo foi feito comparando os meses de março de 2008 e 2009.

No primeiro trimestre deste ano, houve um aumento de 13% com relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto em 2008 foram recolhidas 1,4 mil toneladas de resíduos recicláveis, como papel, vidro, plástico e metal, o montante chegou a 1,6 mil toneladas em 2009.

Os números foram alcançados com a soma do total recolhido na coleta seletiva de resíduos secos porta-a-porta, feita em dias pré-determinados.

Em janeiro, a coleta em residências somou 478 toneladas, enquanto as estações responderam por 104,5 toneladas. Em fevereiro, o volume somou respectivamente 409,5 e 62,3 toneladas. Em março, a coleta porta-a-porta recolheu 475,8 toneladas e as estações, 96,2.

Março foi o que apresentou o crescimento mais expressivo do trimestre. No ano passado, durante o mesmo período, foram recolhidas 350,7 toneladas de resíduos secos na coleta porta-a-porta. Neste ano, a população participou mais, separando 475 toneladas que geraram aumento de 35,6%.

A Prefeitura informou que a coleta seletiva será ainda mais intensificada, pois é uma forma de diminuir o volume de resíduos levados para o aterro municipal. Quantidade menor de lixo depositada culminará em mais capacidade ao empreendimento.