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Acordo sela prorrogação de corte no IPI de veículos 0Km

Estímulo adotado pelas montadoras para tentar driblar crise financeira será renovado por mais três meses

28/03/2009 | 07:00
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Uma manhã de conversas ao telefone entre sindicalistas, dirigentes de montadoras e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, selou ontem a renovação do acordo de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros por mais três meses. O anúncio oficial será feito na segunda ou terça-feira, pois depende da agenda dos envolvidos nas negociações.

O governo já vinha manifestando intenção de renovar a medida, que ajudou as montadoras a venderem, em plena crise, mais veículos no primeiro trimestre deste ano do que em 2008. O impasse estava na contrapartida a ser exigida, de manutenção de empregos, sugerida pelas centrais sindicais. Só em janeiro e fevereiro as montadoras cortaram 4 mil vagas.

As fabricantes concordaram, desde que ficassem de fora os trabalhadores com contratos temporários. Os sindicalistas encontraram uma "frase mágica" para endossar o acordo, que terá cláusula afirmando que "os contratos temporários serão cumpridos". Ou seja, aqueles que vencerem nos próximos três meses não serão renovados, pois tinham validade por um ano. A abertura de programa de demissão voluntária está liberada.

O corte do IPI em meados de dezembro e com validade inicial até 31 de março foi adotado para reduzir o efeito da crise financeira nas vendas de carros no País, que despencaram nos últimos meses de 2008.

O primeiro trimestre deve ser fechado com vendas próximas a 655 mil veículos, 1% a mais do que em igual período de 2008, quando somaram 647,9 mil unidades. No segmento de automóveis e comerciais leves, o mais beneficiado pela medida, o aumento deve ficar perto de 2%, com 630 mil unidades.

Os estoques nos pátios das fábricas e das revendas, que chegaram a 305 mil veículos em dezembro, equivalentes a 56 dias de vendas, baixaram no mês passado para 181 mil unidades, ou 27 dias de comercialização.

A alíquota do IPI, que era de 7% para carros 1.0 permanecerá isenta. Para modelos 1.4 até 2.0, ficará em 5,5% para motores flex e 6,5% para a gasolina, metade da alíquota normal. Com o novo imposto, os preços dos carros caíram em média de 5% a 7%.




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