Faz mais de uma década que os 'realities shows' ganharam o público brasileiro. Poucas formulas deram tão certo na televisão. Nem os programas e ideias do icônico Abelardo Barbosa, o Chacrinha, permanceram tanto tempo no ar. Se o segredo de público daquela época eram mulheres exuberantes de maiô e artistas populares, hoje a fórmula permanece.

No entanto, a jogada de gênio dos criadores dos 'realities' está ligada ao baixo custo de produção, boa audiência e ótimo retorno publicitário. Essas atrações não têm roteirista nem atores. O maior investimento é com a infraestrutura. Dinheiro que retorna em pouco tempo para os grandes grupos de mídia.

Essa certeza de ganho econômico rápido faz com que as emissoras continuem as edições de 'Big Brother Brasil' - que estreia a 12ª temporada no dia 10 -, 'A Fazenda' e tantos outros que aparecem todos os anos na telinha.
Em 11 anos de 'BBB', a Globo faturou mais de R$ 2 bilhões. A maior renda são os anunciantes. O programa é a maior fonte de lucro do verão da casa.

Por outro lado, a audiência desses shows de realidade vem diminuindo a cada ano. A última edição do 'BBB' e da 'Fazenda' foi fracasso de público em relação às suas diversas edições anteriores.
Os telespectadores estão cansados de ser 'voyeurs' de uma realidade dramatizada pelas câmeras e fartos de serem bombardeados por programas vazios de conteúdo. Além disso, esses shows significam menos trabalho para profissionais como atores e escritores, pois não exigem habilidades nem talentos. Eles não agregam conhecimento à consciência intelectual da sociedade. Apenas entretêm e contribuem para a alienação.