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Agentes teriam mantido jovens em cárcere privado
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06/02/2009 | 07:00
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Moradores da Favela de Paraisópolis, na Zona Sul da Capital paulista, acusam cinco agentes da COE (Companhia de Operações Especiais) da Polícia Militar de terem mantido ontem dois adolescentes em cárcere privado e de agredi-los dentro da casa de um deles. O fato aconteceu um dia após o Comando do Policiamento de Choque garantir que não haveria buscas em residências sem mandado judicial durante a Operação Saturação - instalada após os confrontos de segunda-feira.

 Segundo os moradores, os dois jovens de 17 anos estavam na frente da residência às 11h30, quando os agentes do COE ordenaram que eles entrassem. Avisada por uma vizinha, a mãe de um deles, a dona de casa Márcia dos Santos, 39 anos, foi ao local e pediu para ver seu filho. Um agente a impediu de entrar na casa. "Eu comecei a gritar e, quando tentei entrar, aquele agente com uniforme verdinho disse que atiraria em mim", diz Márcia. Cerca de 30 moradores cercaram a entrada da casa, também gritando. "Só aí que eles liberaram eles." Ela diz que os agentes ficaram 40 minutos dentro da casa.

 O filho de Márcia ficou na sala com um agente e disse que não foi agredido. Outros três membros do COE levaram o outro jovem para um quarto e, segundo os pais, o espancaram enquanto perguntavam se ele tinha arma ou drogas. O jovem tem uma cicatriz na barriga e os policiais diziam que ele "estava envolvido", pois tinha marca de tiro. "Ele teve uma perfuração no intestino quando nasceu. Absurdo dizer que é bala", diz a mãe, Rosângela Oliveira, 34.

 A Polícia Militar disse que não se tratou de um caso de cárcere privado, pois o jovem teria convidado os agentes para entrar na casa. Além disso, a corporação afirma que não houve agressão e todos mantiveram diálogos no local.

 A Corregedoria da Polícia Militar enviou quarta-feira ofício à titular do 89º DP, Silvana Françolin, pedindo informações sobre a ocorrência de domingo, quando homens do 16º Batalhão trocaram tiros e mataram o ladrão de carros Marcus Purcino e prenderam o cozinheiro Antonio Galdino de Oliveira. O objetivo é saber se houve excessos.




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