Cultura & Lazer Titulo 'Lula - O Filho do Brasil'
O auge da luta
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
29/01/2009 | 07:00
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Chuva insistente, um tanto de lama, pouco mais de duas centenas de figurantes e o Estádio da Vila Euclides foram os ingredientes que a equipe de longa Lula - O Filho do Brasil teve à disposição ontem para rodar uma das principais cenas do filme, que reproduz o momento em que Luiz Inácio Lula da Silva lidera assembleia que decide pela greve geral e que antecede o enfrentamento com os militares. Na ocasião, em 1979, a estimativa era de que o local estava lotado por aproximadamente 100 mil pessoas. Sem microfone, o discurso do então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos era repetido pelos companheiros até chegar aos que estavam mais afastados.

 "Essa cena é o coração da precipitação do fim do regime militar. Foi a principal força de resistência e reafirma o surgimento do Lula como líder", afirma o diretor Fábio Barreto.

 A equipe de produção lidou com aproximadamente 130 figurantes no início da diária. O grupo, formado principalmente por homens, chegou cedo, antes das 7h, recebeu instruções e começou a filmar a sequência do discurso às 10h. Por volta do meio-dia, mais um grupo de figurantes adentrou o estádio. A multidão que compareceu à assembleia real será reproduzida digitalmente a partir das imagens captadas com a figuração.

 O momento, que termina com o protagonista Rui Ricardo Diaz carregado pela multidão, foi repetido exaustivamente sob diversos ângulos durante a manhã. Como a chuva não deu trégua nesse período, a equipe protegeu o ator principal com um guarda-chuva. Também para poupar a garganta de Diaz, foi providenciado um cachecol. A cena, de forte carga dramática, exigiu bastante do preparo vocal do ator, um mineiro que imprimiu um leve sotaque pernambucano à sua representação de Lula aos 34 anos. "Focamos a preparação no emocional, que é o que o roteiro pede", explica. Nessa fase, engordou oito quilos, usa barba cerrada e um esparadrapo segurando o dedo mindinho esquerdo, que Lula perdeu numa máquina enquanto trabalhava.

 As filmagens vão até 20 de março em locações como a Igreja Matriz de São Bernardo, o Sindicato dos Metalúrgicos, Brás e Vila Carioca. Hoje será filmado o embate entre metalúrgicos e militares.




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