Política Titulo Investigação
PPS protocola CPI dos Uniformes

Oposição de S.Bernardo visa apurar relação da Prefeitura
com a Fio Paraná, G8 e Capricórnio, envolvidas em fraude

Rogério Santos
Do Diário do Grande ABC
12/03/2013 | 07:00
Compartilhar notícia


A ligação do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT) com as empresas Fio Paraná, G8 e Capricórnio, envolvidas em fraudes de licitações no Paraná, poderá ser investigada pela Câmara. O PPS vai protocolar hoje pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar a relação.

Nos quatro primeiros anos da gestão Marinho, as empresas ganharam licitação ou tiveram contrato renovado automaticamente, cujo montante supera a marca de R$ 42 milhões.

Com base em reportagens publicadas pelo Diário, o líder da oposição, Julinho Fuzari (PPS), vai em busca de dez assinaturas para instaurar a CPI. "Espero conseguir o apoio dos vereadores, já que se trata de um assunto de interesse público", avaliou o popular-socialista.

Investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e da Promotoria da Defesa Pública do Paraná revelou que três atas de preços da Prefeitura de São Bernardo foram usadas para fraudar licitação na cidade de Londrina. A prática, conhecida como ‘carona', é usada para evitar concorrência.

O caso teve desdobramento na cidade do Grande ABC e desde 7 de janeiro é investigado pelo Gaeco da região. Os investigadores tentam checar se a administração petista também foi alvo do esquema criminoso.

Marinho não demonstra preocupação com a investigação do Gaeco, alegando que não sabia que as atas de preços foram utilizadas no Paraná, embora a investigação do MP aponte que a Secretaria de Educação de São Bernardo, comandada por Cleuza Repulho, autorizou o uso das referências.

Além da investigação policial, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) determinou a suspensão de licitação para compra de uniformes escolares, que podem afetar pelo menos 100 mil alunos da rede municipal.

A corte entendeu haver artigos que poderiam direcionar o certame e apontou a possibilidade de empresas cujos sócios sejam servidores da Prefeitura.

 

ASSINATURAS

Em tese, a oposição dispõe de oito votos para levar a CPI adiante, levando em consideração os seis vereadores do PPS (Marcelo Lima, Estevão Camolesi, Pery Cartola, Oswaldo Camargo. Manuel Pereira Martins, além de Julinho) e os parlamentares Hiroyuki Minami e Juarez Tudo Azul, ambos do PSDB.

Mas a tarefa de Julinho não será fácil, se for repetido o resultado da última tentativa de abertura de CPI pela oposição, quando ele não conseguiu as dez rubricas necessárias para investigar os contratos firmados entre o governo de Luiz Marinho e a construtora OAS, que desde 2009 totalizam R$ 1,032 bilhão.

Julinho Fuzari disse que, se não conseguir colher as assinaturas necessárias para instaurar a CPI dos Uniformes, vai recorrer à mobilização popular. "Entendo que a Câmara não pode ficar alheia a essa questão. Mas, caso não conseguirmos a CPI, vou em busca da sociedade civil, nas praças, nos bairros e nas igrejas." O oposicionista argumentou que vai reforçar os pedidos de assinaturas amanhã, durante a sessão da Câmara.

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;