Economia Titulo Automotivo
Vendas de motos têm
retração no 1º bimestre

Depois de fechar ano com queda de 15% nas vendas ante
2011, as concessionárias seguem com o desempenho fraco

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
10/03/2013 | 07:00
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Depois de fechar o ano com queda de 15% nas vendas ante 2011, as concessionárias de motos zero-quilômetro seguem, em 2013, com desempenho fraco, ainda por causa de dificuldades na aprovação de financiamentos bancários dos clientes.

No primeiro bimestre, o volume de licenciamentos caiu 17% em relação ao comercializado no mesmo período de 2012 e a produção dessa indústria também se retraiu (24,5%), de acordo com dados da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares). A demanda pequena no bimestre foi impulsionada para baixo pelos resultados de fevereiro, quando foram licenciadas apenas 101.890 motocicletas, 24,3% menos que no mesmo mês do ano passado.

Revendas do Grande ABC atestam que o cenário permanece difícil. João Donizete, gerente de loja Yamaha em Santo André, assinala que janeiro apresentou até certa melhora, mas o mês seguinte ficou abaixo das expectativas. Segundo ele, as restrições dos bancos, que têm aprovado apenas duas de cada dez fichas enviadas de clientes para financiamento, são um entrave.

Pessoas que já tiveram restrições de crédito no passado - mesmo que já tenham regularizado a situação -, os que são autônomos informais, quem vai comprar para outros (por exemplo, para presentear o filho que ainda não trabalha) e não tem carteira de habilitação de moto são alguns dos perfis de clientes com dificuldade em efetivar a compra, dizem os lojistas. O alto nível de inadimplência na área de veículos automotores, que gira em 6%, e o comprometimento de renda das classes C e D contribuem para esse rigor das instituições financeiras.

Além desses problemas, é necessário dar pelo menos 20% de entrada e não se consegue financiamento com prazo maior que 36 meses, observa Eliel Oliveira, proprietário de loja Dafra em Santo André, que se queixa: "O mercado está oscilando muito, está bem abaixo (de 2012)". Porém, ele cita que, no seu caso, lançamentos feitos pela fabricante ajudaram a ter resultado um pouco acima da média do segmento.

 

EXPECTATIVAS

Os revendedores esperam melhora nas vendas neste mês, que tem mais dias úteis que fevereiro. No entanto, para reverter o cenário de dificuldades, os lojistas e também as indústrias do ramo gostariam mesmo é que o governo anunciasse medidas para impulsionar o crédito ao consumidor de moto. Segundo o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, o setor ainda precisa de incentivos, como novas linhas de financiamento, para voltar a crescer.




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