Quando Mônica foi criada por Mauricio de Sousa, em 1963,
mulheres brasileiras reivindicavam seus direitos na sociedade
Quando Mônica foi criada, em 1963, as mulheres brasileiras reivindicavam muitos direitos na sociedade. Imagine, então, uma garotinha invocada aparecer nas tirinhas de jornais daquela época batendo nos meninos e se transformando na dona da rua. Sem querer, a personagem inspirou muita gente. "A Mônica, de alguma maneira, faz com que a menina se sinta forte o suficiente para brigar pelo que quer", afirma a xará, filha de Mauricio de Sousa.
Em 50 anos, muita coisa mudou, mas o machismo (quando alguém acredita que as mulheres são inferiores e não têm os mesmos direitos que os homens) ainda existe no mundo inteiro. Segundo Mauricio, há alguns anos, a revistinha começou a ser publicada num país muito machista. Mas as donas da editora são mulheres.
"Elas decidiram que a Mônica mereceria mais força como revista para mostrar esse lado possível de ser independente, não levar desaforo para casa, poder ter opinião, personalidade e tudo o mais. A Mônica hoje é a bandeira de um país asiático onde estão brigando para conter o machismo", diz o quadrinista.
Há quem critique, por exemplo, o fato de a protagonista ser chamada de dentuça, gordinha e baixinha, de bater nos garotos e de o Cebolinha falar errado. Na opinião de Mauricio, quando o politicamente correto (expressão para definir aquilo que não é considerado ofensivo) é exagerado, atrapalha a criatividade e o desenvolvimento de historinhas.
Mônica já faz parte do grupo de personagens inesquecíveis dos quadrinhos. E o que seria dela sem as coelhadas?
Saiba mais:
Os dez filhos de Mauricio viraram personagens. Além de Mônica, tem Magali, Mariângela (Maria Cebolinha), Vanda, Valéria, Mauricio Spada (Professor Spada e Dr. Spam), Mauro (Nimbus), Mauricio Takeda (Do Contra), Marina e o caçula Marcelo (Marcelinho, o certinho).
Bidu, o esperto cachorro azul de Franjinha, foi o primeiro personagem criado por Mauricio de Sousa. Aparece nas tirinhas em 1959, inspirado no cão Quiçá, que pertenceu ao quadrinista quando era criança. Cebolinha surgiu em 1960, baseado no amigo de infância dele.
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