A exemplo do que vem ocorrendo com o PSDB nos últimos anos, o PMDB de São Caetano, que já teve momentos gloriosos, pode ‘desaparecer' do cenário político municipal.

O partido terminou a legislatura com a segunda maior bancada - com dois vereadores - atrás do PTB, com cinco. Mas garantiu apenas uma vaga na atual. Adauto Reggiani, que assumiu no mês passado a cadeira de Moacyr Rodrigues (DEM) - cassado por infidelidade partidária -, não se elegeu.

Reeleito, Joel Fontes encerrará a carreira política em 2012. Assim, o PMDB pode não ter mais representatividade já na próxima legislatura. "Tem de haver reestruturação na legenda, atraindo pessoas novas. Atualmente PMDB é formado por integrantes mais experientes, que já deram sua parcela de contribuição. Há necessidade de jovens na política", considera Joel. "Não podemos deixar acontecer o mesmo que ocorreu com PSDB."

A opinião é compartilhada por Adauto. "É preciso reformular. A eleição deste ano serviu de alerta. Temos de trazer gente nova e preparar melhor os candidatos."

O PMDB só terá parlamentar no atual mandato graças à criação da 12ª cadeira na Casa - o município apresentou crescimento da população, o que possibilitou o aumento do número de vagas. Se fossem mantidos 11 vereadores, o partido não atingiria o quociente eleitoral.

O partido esteve coligado com PDT e DEM na eleição. Os candidatos da aliança obtiveram 7.243 votos. No pleito proporcional foram computados 83.205 votos válidos. Assim, na divisão do número de cadeiras pela quantidade de comparecimento às urnas, seria necessário atingir 7.564 adesões para eleger o primeiro vereador e o PMDB não alcançaria o índice. Com 12 parlamentares, o quociente diminuiu para 6.933 votos, o que permitiu a vitória de Joel Fontes.

O presidente da sigla, Nilo Figueiredo, reconhece que a agremiação necessita de reestruturação. Uma das iniciativas para amenizar as consequências será promover, no início de 2009, uma campanha de filiação partidária.

Legenda já elegeu prefeito e deputado federal pela cidade

O PMDB já teve participação ativa na história de São Caetano. O partido elegeu o prefeito Raimundo da Cunha Leite (1977 a 1982). Antes, já havia indicado Antônio Russo para vice-prefeito da administração de Oswaldo Samuel Massei (1969 a 1973). A sigla também fez um deputado federal pela cidade: Antônio Russo, na década de 1970.

Na trajetória contemporânea, a legenda sempre esteve representada na Câmara. Em 1996, lançou 19 candidatos que juntos angariaram 5.443 votos. Na ocasião, Neide Figueiredo foi eleita vereadora.

Em 2000, 24 postulantes ao Legislativo conquistaram 7.086 votos, elegendo dois parlamentares: Moacyr Rodrigues e Neide Figueiredo.

Em 2004, 11 concorrentes obtiveram 7.117 votos e Moacyr foi reeleito. Este ano foram 10 candidatos, os quais alcançaram 5.045 adesões. Joel Fontes foi eleito.