Esportes Titulo Jogos Abertos
Diário Caipira - Exemplos de superação
Nilton Valentim
Do Diário do Grande ABC
20/11/2008 | 07:00
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"E a gente ainda reclama de dor de cabeça". A frase foi dita por uma colega durante as disputas das provas de natação para portadores de necessidades especiais nos Jogos Abertos de Piracicaba. A força de vontade e a alegria demonstradas pelos atletas chegavam a ser contagiantes.

A forma como os competidores se comportam durante as provas, mesmo convivendo com cadeiras de rodas e próteses, mostra que o termo deficiente físico está definitivamente superado e não tem mais razão para ser utilizado.

Nos primeiros dias dos Jogos Abertos, chamou a atenção ver um atleta cadeirante de Piracicaba dando autógrafos para um grupo de crianças depois de competir.

Independentemente de resultados, todos são vencedores e mostram que muitas vezes a deficiência está sim em quem se diz normal, mas que pára a cada obstáculo apresentado pela vida e, ao invés de encarar, prefere lamentar os insucessos.

Reinvidicação - Rodrigo Ribeiro de Oliveira, atleta da cidade de Batatais na natação e morador de Ribeirão Preto, fez uma reivindicação aos organizadores dos Jogos. Ele questionou o porquê da não realização de partidas de tênis em cadeiras de rodas na Olimpíada Caipira.

Ele se tornou paraplégico em julho de 2007, após cair do telhado da casa de um amigo e fraturar duas vértebras (T12 e L1). Perdeu os movimentos, mas não a vontade de viver. O bacharel em Turismo descobriu a natação para deficientes - disputou na quarta-feira os Abertos pela primeira vez -, joga basquete em sua cidade e quer conhecer o adaptado. Além disso, desenvolve um projeto para a prática de esportes radicais para pessoas com necessidades especiais.

Parajogos - A resposta para Rodrigo poderá vir com a implantação dos Parajogos. Nesta quinta-feira, está em andamento os estudos de uma comissão para a criação da competição. Solange Bueno, assistente de chefia do Comitê Dirigente dos Jogos Abertos de Piracicaba, é uma das integrantes da comissão. Segundo ela, é necessário que essa competição ocorra em local que tenha plenas condições de receber os atletas, já que hoje, nos Abertos, as escolas públicas são utilizadas como alojamentos para as delegações, o que seria inviável para este tipo de público.

Embora ainda esteja no papel, já é muito bom saber que existe alguém trabalhando neste projeto de inclusão.




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