Como se não bastasse a série iniciada com o remake de Onze Homens e Um Segredo – o filme de Lewis Millestone foi defenestrado pelos críticos em 1960, mas é obra-prima perto da versão recente de Steven Soderbergh com George Clooney, Brad Pitt e seus amigos –, há mais gente roubando cassinos em Las Vegas.
Quebrando a Banca baseia-se numa história real, narrada em livro por um amigo do autor da façanha, Ben Mezrich. O livro chama-se 21 e foi a base para o roteiro do filme que estréia hoje no Grande ABC e em São Paulo. Pegando carona no título original do filme, o mesmo do livro, Quebrando a Banca oferece 21 lições sobre como ser imoral e trapaceiro, sem perder a classe (nem ser preso). O protagonista Ben Campbell, interpretado por Jim Sturgess, de Across the Universe, é esse garoto excepcional em matemática, que sonha ser médico. Logo no começo, ele apresenta um currículo impecável na expectativa de conseguir uma bolsa de estudos em Harvard, mas descobre que existem dezenas de jovens com currículos tão impressionantes como o dele e só um vai ganhar. Como? Causando um impacto no entrevistador.
Inseguro, e disposto a buscar alternativas para os US$ 300 mil do curso, Sturgess é cooptado pelo professor Mickey Rosa (Kevin Spacey) a integrar grupo de estudantes que vai quebrar a banca em Vegas. O plano é hábil e, embora não seja ilegal contar cartas, o grupo adota disfarces pelo simples fato de que os grandes cassinos não gostam de perder dinheiro para espertinhos. Entra em cena Cole Williams (Lawrence Fishburne), como o chefe do sistema de segurança.
Agora, sofisticados aparelhos de vigilância estão substituindo dinossauros como Fishburne, que ainda amarga a experiência de haver sido enganado por Spacey no passado.
Fishburne quer se vingar, mas Jim Sturgess também vai querer, ao ser, por sua vez, enganado pelo professor. O filme é um jogo de traições, delações, onde a norma é ser esperto. O que se ganha com isso? Suítes de luxo em Vegas, sexo gostoso (Sturgess com Kate Bosworth, a Jill Taylor) e compras, muitas compras.
Além de estimular o consumo, o golpe de mestre do diretor Robert Luketivc consiste em fazer crer que os corruptos são os outros. No limite, o que o herói ganha é uma experiência de vida. Se isso é classe, então tudo está permitido.Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.