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Pelos acordes de Conservatória
Por Ângela Corrêa
Enviada ao Vale do Café
28/02/2013 | 07:12
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Locomotiva 206 - Conservatória RJ - Divulgação


Um lugar onde as casas têm letras de música fixadas na fachada, concertos espontâneos desenham-se nas esquinas, seresteiros desafiam a noite para cantar o amor pelas ruas e o apaixonado pela sétima arte refaz, em seu quintal, o cinema de sua juventude. Utopia? Não. Esse pedaço de mundo existe e responde por Conservatória, diminuto distrito de Valença que merece ser visitado nas noites de sexta-feira ou sábado em que o céu estiver limpo.

Isso porque a cantoria só começa a partir 23h nos dias em que não há chuva. E pode ir madrugada adentro, dependendo da disposição do público. Os acordes dessa dezena de apaixonados por música são continuação do trabalho iniciado há 60 anos pelos irmãos Joubert de Freitas e José Borges.

Também há museus que homenageiam nomes da música brasileira, mantidos com dedicação por pessoas que simplesmente adoram a obra. O mais conhecido presta homenagem a Vicente Celestino. Figurinos, fotos e todo tipo de mobília podem ser encontrados. Em outro espaço semelhante, Silvio Caldas, Gilberto Alves, Nelson Gonçalves e Guilherme Brito têm sua memória conservada.

O Cine Centímetro, uma réplica do Cine Metro, demolido nos anos 1970 no Rio, é a materialização do desejo de todo cinéfilo romântico. E o advogado carioca Ivo Raposo Júnior age como uma espécie de Toto, personagem principal de Cinema Paradiso (1988, Giuseppe Tornatore). Ele foi projetista na adolescência (começou em uma igreja, assim como o protagonista) e, em 2003, depois de muito insistir, conseguiu livrar os objetos de um destino cruel: o ferro-velho.

Uma pequena sala foi construída no quintal da casa em Conservatória. Os três projetores, poltronas, móveis e lustres originais estão todos lá. Em algumas ocasiões, há exibições de filmes.




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