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Número de contratações ainda não aliviou carga
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
09/03/2008 | 07:02
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Em 2007, o crescimento da indústria automotiva ficou próxima a de empregos: 13,9% de produção contra 13,1% de contratações no setor. No entanto, o ritmo de produção de toda cadeia automotiva ainda não caiu. Pelo contrário, acelerou no início deste ano e pede por mais mão-de-obra.

Para o integrante da comissão sindical da Volkswagen, Ailton Gomes, há um déficit de trabalhadores de 300 a 400 pessoas na planta Anchieta. “Acho que só assim conseguiria dar uma aliviada. As 76 contratações anunciadas na sexta-feira não vão aliviar em nada”, afirma o sindicalista. No setor de prensas, há semanas em que os trabalhadores operam de domingo a domingo.

Para o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Francisco Nunes Rodrigues, a GM demorou para contratar.

“Independente de um terceiro turno, o trabalhador está no limite. Há muito desgaste. Nesse ano, a planta vai voltar a ter o número de trabalhadores de 15 anos atrás”, comenta.

No caso da Fiat, em Betim, a elevação da produção não está afetando apenas os trabalhadores da montadora, mas também dos fornecedores. Segundo o sindicato local, há empresas batendo nas 12 horas diárias de jornada para atender a demanda.

O presidente da CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos), Carlos Alberto Grana, acredita que a situação atual deve mudar. “Em 2007 também foi assim. A montadora não tem como contratar de imediato porque são profissionais qualificados”, justifica.

Rafael Marques Júnior, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, explica que as contratações nunca são feitas de acordo com o crescimento da produção. “Fizemos uma pesquisa e 75% dos trabalhadores acredita que o ritmo está normal”, conta.

Para o presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), a produção tem exigido esforço do trabalhador. “Por isso é a hora de diminuir a jornada e limitar as horas-extras”, diz.

Contudo, os dirigentes concordam que o recall feito pelas montadoras atualmente é resultado da alta produção automotiva. “É muito difícil manter a qualidade. Retrabalho e recall viraram prática”, diz Vivaldo Moreira Araújo, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.




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