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Saudades da terrinha
Por Luciana Bugni
Do Diário do Grande ABC
21/02/2008 | 07:07
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Quem olha hoje a praça em frente à Torre de Belém, à beira do Rio Tejo, que corta a cidade, mal pode imaginar o local tomado pelas 15 mil pessoas que saíam de lá há pouco mais de 200 anos. Foi quando a Família Real Portuguesa fugiu das tropas de Napoleão, lotou várias naus e, em companhia de nobres e amigos influentes, veio para o Brasil.

Deixaram para trás uma capital repleta de lama, muitas malas esquecidas – com todo os livros do acervo da biblioteca de Lisboa e a prataria das igrejas, por exemplo – e uma nação desprotegida, sem seus principais governantes. O exército francês chegava da Espanha pelo continente, enquanto a armada inglesa bloqueava o rio, como relata o jornalista e escritor Laurentino Gomes, no livro 1808.

Hoje o panorama de Lisboa é muito diferente. As ruas são tranqüilas, o governo é sólido e o país faz parte da Comunidade Européia há mais de 20 anos. O bairro que se despediu da Corte Real abriga pontos turísticos que são visita obrigatória para quem passa pelo local.

Rixas entre colonizadores e colonizados à parte, é impossível negar que Lisboa é um excelente destino turístico. Prédios coloridos, roupas penduradas nas fachadas, flores em muitos jardins, poesia estampada nos bancos e paredes, comida boa e pessoas que falam a nossa língua, mas que temos dificuldade para compreender. Andar pelas ruas de Lisboa, mesmo que pela primeira vez, tem algo de familiar. Conhecer a cidade é entrar em contato com a nossa própria história.

E não faltam opções de passeios. Desde a Alfama – bairro residencial em que não passam carros, só é permitido circular caminhando pelas ruas estreitas – a uma noite de badalação pelo Bairro Alto – ruas repletas de bares para todos os tipos de baladeiros – é impossível que o brasileiro não se sinta um pouco em casa. A arquitetura de fachadas próximas e coloridas lembra um pouco do centro histórico mineiro, com um toque do Pelourinho baiano.

Para conhecer a capital portuguesa, separe seu melhor par de tênis e saiba que terá de caminhar bastante. Muitos dos bairros não contam com vias para carros ou transporte público e para entrar nas lojinhas e restaurantes e ver tudo com calma é melhor estar a pé.

De um bairro para o outro, entretanto, há diversas opções de locomoção. Os táxis são relativamente baratos em relação a outras cidades européias e os ônibus são organizados. Nos pontos, cartazes eletrônicos determinam a próxima linha que deve vir, em quanto tempo e com quantos lugares vagos.

A precisão impressiona os brasileiros, acostumados com toda a sorte de atrasos: se a placa diz que o autocarro chegará em um minuto, em um minuto ele estará parando no ponto. Outra opção de locomoção é o elétrico, que em português ‘brasileiro’ chamamos de bonde. Charmoso, o meio de transporte percorre os principais bairros turísticos da cidade.




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