Depois de quase seis anos sem sinais negativos nos saldos semanais, a balança comercial fechou com déficit de US$ 81 milhões na quarta semana de fevereiro. Foi o resultado de uma cifra inédita de importações no período, de US$ 3,724 bilhões, e de US$ 3,666 bilhões em exportações. Nos registros da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), o último déficit semanal havia ocorrido em maio de 2002.
O recorde de importações na semana passada deveu-se especialmente às aquisições de combustíveis e lubrificantes – item que, nas duas semanas anteriores, registrara cifras mais modestas e que voltou a liderar a pauta de importações. Essas compras alcançaram US$ 1,087 bilhão ou 29,2% do total.
Em São Paulo, o ministro do Desenvolvimento, ‘Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, buscou afastar as conclusões de que há tendência de a balança registrar saldos positivos cada vez menores e de acabar em déficit. Para ele, os dados da semana responderam a uma situação conjuntural, fruto do aumento do preço do petróleo no mercado externo e da retomada das compras de trigo da Argentina.
Miguel Jorge acrescentou que as contas da semana sofreram também o impacto de importações mais expressivas de bens de capital, decorrentes do dólar mais barato. “Isso não é uma tendência, não é um problema estrutural”, declarou.
O saldo acumulado nas quatro semanas de fevereiro, de fato, foi positivo. Alcançou US$ 976 milhões – menos da metade da cifra registrada em igual período de 2007. As exportações somaram US$ 9,819 bilhões, com média diária de US$ 701,4 milhões, o que foi um recorde para meses de fevereiro. As importações chegaram a US$ 8,843 bilhões, com média diária de US$ 631 milhões, cifra 57,2% maior que a de fevereiro do ano passado.
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