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Artesp diz que não há
risco de deslizamento

A agência informou que foi feita vistoria aérea por técnicos
da entidade, IPT e Ecovias; não há trincas nas pistas e túneis

Por Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
26/02/2013 | 07:00
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A Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo) garantiu a segurança dos motoristas que trafegam pela Rodovia dos Imigrantes, onde uma mulher morreu no km 52 atingida por deslizamento de encosta próxima à estrada após forte chuva na noite de sexta-feira. Segundo a estatal, não há risco de outros deslizamentos no SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes).

A agência informou que foi realizada vistoria aérea, no sábado e no domingo, por técnicos da entidade, IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e Ecovias, concessionária responsável pelo sistema, por toda região da Serra do Mar. Após o sobrevoo, foi constatado que não há trincas ou fissuras nas pistas e túneis.

Apesar de descartar a possibilidade de outros desastres no trecho, a Artesp admite que tromba d'água com proporção semelhante à do fim de semana pode provocar outros transtornos. No entanto, a estatal considera que a chuva do fim da tarde de sexta-feira, naquele trecho da Serra do Mar, foi excepcional.

Somente no trecho do acidente choveu 23 milímetros em apenas dez minutos. Em duas horas a chuva acumulou 150 milímetros naquela região, incluindo a Baixada Santista. A média de janeiro e fevereiro é de 25 a 30 milímetros de chuva por dia, segundo a Ecovias.

"A última vez que vimos algo parecido foi em 1994, quando tivemos problemas na unidade da Petrobras, em Cubatão, por conta da chuva. Esses eventos acontecem a cada dez anos. É algo fora do comum, que a gente não espera", explicou o geólogo do IPT Fabrício Mirandola, que trabalha na operação pós-chuva que está sendo realizada na Serra do Mar.

Ontem, a equipe do Diário percorreu a Rodovia dos Imigrantes e constatou que não há mais lama nos pontos atingidos pela chuva. No km 52, um dos trechos mais afetados, funcionários da Ecovias reinstalavam câmera de monitoramento que foi destruída pelo deslizamento.

INVESTIGAÇÃO
A Artesp informou que está realizando apuração rigorosa sobre as causas do bloqueio do SAI na sexta-feira. De acordo com a agência, essa averiguação também tem como objetivo apurar a responsabilidade da concessionária no episódio provocado pelo deslizamento de terra, além de possíveis falhas na comunicação visual da empresa para minimizar os impactos no trânsito. O prazo estimado para conclusão da apuração dos fatos é de 30 dias, com possível prorrogação por mais 30.

Para a Ecovias, o evento ocorrido no fim de semana foi completamente atípico e imprevisível. A empresa informou que continuará com os procedimentos de monitoramento das rodovias, que inclui o acompanhamento pluviométrico e das encostas ao longo das estradas que dão acesso ao Litoral. No entanto, a concessionária alega que o incidente aconteceu a 400 metros da Imigrantes, no topo da Serra do Mar, que está fora da área de concessão da empresa.

Por conta dos desastres naturais, a pista Norte da Rodovia dos Imigrantes, no sentido Capital, ficou interditada por aproximadamente 31 horas e foi liberada à meia-noite de domingo. (Colaborou Thaís Moraes)

Alckmin quer famílias indenizadas em 30 dias

Durante evento na manhã de ontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) cobrou indenização rápida às pessoas atingidas pelo deslizamento de encosta na Rodovia dos Imigrantes. Ao todo, 23 carros e um caminhão foram atingidos pelo material vegetativo que cedeu da Serra do Mar. "A expectativa é que em menos de 30 dias (os prejudicados) possam estar indenizados", disse o líder do Estado.

A Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo) informou que o processo de levantamento dos danos causados aos veículos envolvidos já está em andamento, com prazo de conclusão estimado em 30 dias para pagamento das indenizações. Segundo a estatal, o contrato de concessão exige a existência de seguro por parte da concessionária, o que agiliza o pagamento.

A Ecovias, empresa responsável pelo Sistema Anchieta-Imigrantes, informou que já entrou em contato com os usuários envolvidos no ocorrido e iniciou os procedimentos internos para que o ressarcimento dos prejuízos seja realizado. De acordo com a concessionária, a previsão é que todo o trâmite de indenização seja feito em 30 dias.

Sobre o atendimento à família de Lilian Aparecida de Souza, 43 anos, que morreu atingida pelo deslizamento da encosta, a Ecovias informou que também está em contato com os parentes da vítima e dará todo o necessário.

A concessionária negou que tenha ocorrido falha no sistema emergencial implementado na rodovia, alegando que são realizadas, sistematicamente, inspeções, manutenções e correções nas encostas das estradas. (Com agências)


Técnico do IPT diz que não dá para evitar esse tipo de incidente

O geólogo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) Fabrício Mirandola, que participa do levantamento pós-chuva na Serra do Mar, afirmou que, por se tratar de volume de chuva além do normal, não é possível impedir acidentes como o de sexta-feira, que ocasionou na morte de uma mulher.

"Na verdade, para evitar isso só se não chover tanto. A dinâmica de escorregamento na Serra do Mar é natural. Por acaso, desta vez, o material entrou em linha de drenagem que estava próxima à pista. A capa de solo na Serra é pequena e, normalmente, quando ocorrem essas chuvas, qualquer concentração mais elevada de água tende a resultar nesse tipo de ocorrência", explicou o técnico.

A Ecovias informou que escadaria hidráulica, que serviu como caminho da terra que cedeu da encosta, evitou estragos maiores, reduzindo a força do material (água, pedra, lama e árvores) que desceu de uma altura de 400 metros.




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